Senzala do Barro Preto será leiloada para quitar dívida trabalhista

Ilê Aiyê deve pagar R$ 295.603,57 em processo aberto por ex-cantor do grupo

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  • Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2020 às 23:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A Justiça do Trabalho determinou o leilão da sede da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê, conhecida como Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador. A penhora visa arcar com uma dívida trabalhista de R$ 295.603,57.

A dívida é fruto de um processo trabalhista de Adaelson Evangelista Santos, que integrava a banda do Ilê Ayê. Em 2011, ele relatou à Justiça ter sido vocalista do grupo de 1988 até 2010. O artista ainda relata ter sido substituído por outro cantor sem que houvesse uma explicação por parte do Ilê.

“[O reclamante disse que] não poderia se recusar a participar de um determinado show; que se se recusasse seria excluído do próximo show; que o período de ensaios na quadra vai de agosto a fevereiro; que o cachê dos shows da quadra eram pagos no final do evento e os shows externos eram pagos com atrasos, acontecendo até alguns meses depois de ter ocorrido; que no carnaval a diretoria se reunia e determinava qual o valor que iria pagar aos cantores e músicos; que o cachê do carnaval de 2010 só foi pago no feriado da sexta-feira santa”, pontua documento.

Procurado pelo CORREIO, Antonio Carlos dos Santos Vovô, que é presidente e fundador do Ilê Aiyê, afirmou ainda não ter sido notificado da penhora do imóvel.

A Senzala do Barro Preto foi inaugurada em novembro de 2003 na Rua do Curuzu. Um espaço de barro batido cercado por mato foi o lugar ideal que um grupo de amigos encontrou para realizar ensaios musicais. Nos anos 70, o bairro do Curuzu começou a ser asfaltado e esse espaço recebeu borra de asfalto. Com o chão todo preto, os amigos apelidaram o lugar de Senzala do Barro Preto, que hoje é a Sede Oficial do Bloco Ilê Aiyê.