'Ser o pior, na visão de Bolsonaro, é uma honraria', diz governador do Maranhão

Depois que o presidente se referiu a nordestinos como 'Paraíba', Flávio Dino (PCdoB-MA) avalia denunciá-lo por racismo à PGR

Publicado em 20 de julho de 2019 às 10:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Câmara

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA), reagiu às declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), sobre a Região Nordeste. Bolsonaro usou um termo perjorativo para se referir aos nordestinos e disse que, dentre os governadores desses estados, Dino era "o pior". “Só sei que sou o pior dos gestores na visão dele, o que para mim é uma honraria”, declarou o governador, em entrevista à coluna Painel, da Folha de S. Paulo, deste sábado (20). Além disso, de acordo com a coluna de Guilherme Amado na revista Época, Dino avalia denunciar o presidente à Procuradoria Geral da República (PRG) por racismo. "É uma declaração criminosa. Configura um crime, previsto na lei que trata de racismo. Ele não pode falar assim", afirmou Dino. 

'Paraíba' Em um vídeo divulgado nas redes sociais na sexta-feira (19), Bolsonaro se regeriu aos estados da região Nordeste pelo termo 'Paraíba'. O áudio foi capturado por um dos microfones da mesa do café da manhã com jornalistas, em uma conversa informal entre o presidente e o ministro Onyx Lorenzoni. 

"Paraíba" é um termo considerado perjorativo usado para se referir a nordestinos fora da região, especialmente no Rio de Janeiro.

Na publicação, Bolsonaro diz que dos governadores do Nordeste, o pior é Flávio Dino. "Dos governadores de 'Paraíba', o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara", disparou o presidente.

Na sexta-feira, a Presidência da República informou que não vai comentar o caso.

Ainda na noite de sexta-feira, horas após o vazamento, o governador da Bahia, Rui Costa, publicou em suas redes sociais uma carta assinada pelos governadores do Nordeste repudiando o comentário. "Recebemos com espanto e profunda indignação a declaração do presidente da República", diz o texto, destacando é preciso diálogo "independente de normais diferenças políticas".