Publicado em 3 de julho de 2020 às 20:08

- Atualizado há um ano

Série de lives do CORREIO sobre o Dois de Julho já está disponível; assista

Os historiadores Marcelo Siquara e Rafael Dantas, o jornalista Nelson Cadena e o restaurador José Dirson Argolo foram os convidados

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A série de lives produzidas pelo CORREIO sobre o Dois de Julho já esta disponível no Instagram do jornal. Durante a semana, quatro pesquisadores participaram de lives-aula sobre aspectos da Guerra de Indepedência do Brasil na Bahia, entre 1821 e 1823. Até o início da noite desta sexta-feira (3), mais de 25 mil pessoas tinham assistido às transmissões ao vivo e no IGTV do jornal. 

As quatro lives foram apresentadas pela jornalista Clarissa Pacheco, que é graduanda em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba)

O primeiro convidado foi o historiador Marcelo Siquara, que é doutor em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Marcelo é especialista em história política, econômica, social e cultural do Brasil, e tem como ênfase de pesquisa os aspectos pertinentes ao processo de independência do Brasil na Bahia (1821-1823).

Cidade sitiada
Foi por isso que a primeira live-aula, na terça-feira (30), com o Marcelo, foi sobre a situação da população de Salvador que não conseguiu fugir para o Recôncavo baiano durante a guerra, além das estratégias desenvolvidas por essas pessoas para sobreviver na capital sitiada.

"Nem todo mundo foge de Salvador. Tem essa população que fica na capital, que não consegue abandonar a cidade por diferentes motivos: você tem o escravo de ganho urbano, tem os artesãos, tem alguns funcionários de repartições públicas, tem os próprios militares. Essa população não consegue sair porque [o general] Madeira de Mello [comandnate das tropas portuguesas] estabelece trincheiras, pontos de observação ao redor da cidade impedindo a entrada e a saída, conta Marcelo. Muitas dessas pessoas precisaram conviver com desemprego, fome.

Imprensa e Dois de Julho
Na quarta-feira (1º), o CORREIO conversou com o jornalista, publicitário e escritor Nelson Cadena, que também é colunista do jornal. Cadena falou sobre a participação e influência da imprensa e de jornaistas na Guerra de Indepenndência.

"O Batalhão Patriótico da imprensa foi um dos primeiros com esse conceito. Chegamos a ter na Bahia no final do século XIX até 50 batalhões patrióticos desfilando. Era um agrupado de pessoas, que se vestia normalmente de calça branca, um paletó preto e um chapéu de palha ou escuro. Tinha uma flâmula, um distintivo e cada um representava uma categoria", contou Cadena.

Cidade transformada
Na quinta-feira (2), foi a vez da live-aula com o historiador e professor Rafael Dantas. Formado pela Universidade Federal da Bahia, ele é pesquisador na área da Cultura Material e Iconografia e desenvolve pesquisa sobre as transformações no cenário urbano da Cidade do Salvador e suas representações iconográficas no século XIX e início do século XX. 

Por isso, Rafael falou sobre o panorama da cidade antes, durante e após a Guerra de Independência, além das transformações pelas quais a cidade passou após os episódios.

"A partir de década de 30, 40 e 50, nós vaos ter algumas transformações pela força do comércio na área. Muits agentes representantes das atividades comerciais vão começar a ampliar seus sobrados. É nesse period do século XIX que aquele paredão de construuções vai marcar o contexto do porto da cidade de Salvador", explicou Rafael.

Os caboclos
Nesta sexta (3), a última live-aula foi com o artista plástico, restaurador e professor José Dirson Argolo. Ele é o responsável, desde 1998, pelo restauro das esculturas do Caboclo e da Cabocla que desfilam no cortejo do Dois de Julho.

Dirson contou, por exemplo, que o Caboclo desfilou em São Paulo e que a Cabocla chegou a ir para Portugal. A primeira restauração feita por ele foi em 1997.

"Eu trabalhei na época com seis a oito pessoas. As costas do Caboclo estavam revestidas de placas de zinco deformando totalmente a anatomia", lembrou. Segundo ele, as costas, de madeira, das esculturas tinham os buracos de cupim fechados com jornais.

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Há mais de 20 anos, o artista plástico, restaurador e professor José Dirson Argolo (@josedirsonargolo) é o responsável por cuidar dos Caboclos do Dois de Julho de Salvador. Quando fez a primeira restauração, encontrou dezenas de jornais tapando buracos de cupim nas costas das duas esculturas. Essa e outras curiosidades sobre as duas figuras mais importantes do Dois de Julho estão na última live-aula do CORREIO sobre a data magna da Bahia. Lives As quatro lives foram apresentadas pela jornalista Clarissa Pacheco, que também é graduanda em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). As lives anteriores, com o historiador Marcelo Siquara, com o jornalista, publicitário e escritor Nelson Cadena e com o historiador e professor Rafael Dantas estão disponíveis no IGTV do CORREIO. #salveodoisdejulhonocorreio

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