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Setembro de 1979: Bahia heptacampeão com gol de Fito, de fora da área


 

Final deu ao Bahia sétimo título seguido do Campeonato Baiano, feito nunca igualado

Publicado em 03/05/2020 às 05:00:00
Atualizado em 21/04/2023 às 03:56:07
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Final em agosto de 1979 deu sétimo título seguido do Baianão ao tricolor (Foto: Hipolito Pereira/Arquivo CORREIO) Uma saudade de gritar gol, né, minha filha? Diante da pandemia de coronavírus, ainda não há previsão para a bola voltar a rolar nos campos baianos e, para a Federação Bahiana de Futebol, dificilmente o campeonato estadual será concluído em 2020. O jeito, então, é matar a saudade lembrando partidas que entraram para a história. Esta da foto, registrada por Hipolito Pereira há quase 41 anos, é, de fato, um feito histórico.

Foi naquele 28 de setembro de 1979 que o Bahia alcançou a sequência até hoje jamais igualada - o heptacampeonato. O tricolor continua tendo o maior número de títulos do Campaonato Baiano, 48, seguido do Vitória, com 29, e do Ypiranga, com 10. Mas aquela sequência, de sete títulos seguidos, de 1973 a 1979, nunca mais foi alcançada. O Bahia também foi dono do título em 1971, mas perdeu para o Vitória em 1972 e, depois, em 1980, também para o rubro-negro.

Quem assistiu àquela final de 1979 com certeza não se esquece da partida, em que o Bahia entrou em campo com Luis Antônio, Toninho, Zé Augusto, Baiaco, Romero, Botelho, Douglas, Caio, Peres, Gilson e o zagueiro Sapatão, presente em todos os títulos da década de 1970. Para quem não assistiu, vale lembrar que a história, mesmo, se deve a dois nomes que não aparecem na lista: Fito, tricolor que entrou em campo para substituir Gilson, e Gelson, goleiro do Vitória que caiu em desgraça depois de levar um frango no gol que daria o triunfo ao adversário. Time do hepta. Em pé: Luis Antônio, Toninho, Sapatão, Zé Augusto, Baiaco e Romero. Sentados: Botelho, Douglas, Caio, Peres e Gilson (Foto: Hipolito Pereira/Arquivo CORREIO) O CORREIO lembrou este e outros nove Ba-Vis históricos em edição especial dos seus 40 anos. Reportagem de Herbem Gramacho lembra o lance: "Fito chutou de fora da área e o bom goleiro Gelson se atrapalhou ao tentar fazer uma defesa simples, no meio do gol, e tomou um frango". Resultado: o Bahia levou o hepta e o goleiro acabou não só perdendo a moral com a torcida rubro-negra, como vendo ir embora a chance de jogar no Flamengo.

Fito, aliás, não começou jogando aquela final."Saiu do banco de reservas para o campo porque Gilson Gênio se machucou após uma entrada de Xaxa, zagueiro do Vitória que não perdia viagem. O meia tricolor esteve presente nos sete títulos do hepta, assim como Sapatão, Baiaco e Douglas", lembra Herbem.O CORREIO lembrou este mesmo título em outra reportagem, de Vinícius Nascimento. Em texto publicado no dia em que o heptacampeonato compleou quatro décadas, o zagueiro Sapatão contou sua trajetória.

"Para Sapatão, o grande diferencial daquele time era a união. Numa era ainda romântica do futebol, o ex-zagueiro afirma que todos gostavam de jogar bola e amavam o Bahia. Ir para Fonte Nova era um prazer, mesmo com os recorrentes atrasos de salário que, na época, passavam longe dos valores astronômicos atuais. Os jogadores costumavam se dar bem financeiramente nas renovações de contrato. Era esse o momento de pedir à direção uma casa para a família", diz trecho da reportagem de Vinícius.