Sobe para nove número de casos suspeitos de doença misteriosa em Salvador

Duas pessoas morreram em São Tomé de Paripe, em fevereiro

Publicado em 3 de março de 2020 às 10:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

A morte de dois moradores de Muribeca, comunidade do bairro de São Tomé de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, continua um mistério para as autoridades públicas. Nesta terça-feira (3), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que subiu para nove o número de casos investigados relacionados a essa nova doença, além das duas mortes já confirmadas. Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) havia informado que estavam sendo investigados quatro casos. 

Em fevereiro, dois jovens de 19 e 15 anos, vizinhos, morreram depois se sentir fortes dores de cabeça, febre e hemorragia após nadar em um reservatório. A distância entre os dois casos foi de menos de 10 dias. Outras nove pessoas foram identificadas com sintomas de febre, tontura e dor no tórax. Segundo a SMS, exames preliminares deram positivo para dengue em dois desses casos, para chikungunya em uma situação e para zika em outra. Além disso, um paciente foi diagnosticado com cálculo na vesícula.

Os exames laboratoriais realizados para dengue, zika, chikungunya, febre amarela, leptospirose e meningites nos dois pacientes que morreram na Muribeca apresentaram resultados negativos. Amostras biológicas dos dois jovens foram coletadas pelo Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) e estão sendo analisadas pelo órgão.

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) também segue o trabalho de investigação dos dois óbitos com sintomas de doença infecciosa registrados no início de fevereiro. A SMS disse que desde o surgimento do primeiro episódio na localidade, técnicos do órgão iniciaram a busca ativa de pacientes com o mesmo quadro sintomático na comunidade.

A Secretaria informou que foram realizados exames laboratoriais para arboviroses e leptospirose, feita a análise da água dos reservatórios onde alguns garotos usaram para o banho e não foi evidenciado potenciais riscos para sua utilização. O local está sendo monitorado.

Agentes de combate às endemias também intensificaram o trabalho de controle do Aedes no bairro com visita casa a casa, drenagem de um córrego com auxílio de técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e o bloqueio vetorial com aplicação de inseticida. No último sábado (29), a SMS promoveu uma feira de saúde na localidade com oferta de consultas e serviços médicos para os moradores.

O primeiro caso surgiu no início de fevereiro, quando Ícaro da Silva Duque, 19 anos, começou a ter febre, dor de cabeça e hemorragia. Ele não resistiu e morreu no dia 5 do mesmo mês. Dias depois, o vizinho dele, Luan Bastos dos Santos, 15 anos, também começou a apresentar mal-estar e morreu. Ele teve febre, dor de cabeça e enjoo.