Sobe para seis o número de mortes pela gripe H1N1 na Bahia

Lacen confirmou que idoso que morreu em Serrinha tinha o vírus da H1N1

Publicado em 15 de abril de 2018 às 13:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)

Subiu para seis o número de mortes na Bahia pela gripe H1N1. A vítima mais recente é um idoso de 61 anos que foi internado no Hospital Municipal de Serrinha no dia 10 de abril, mas não resistiu e morreu no dia seguinte. A confirmação da doença só foi possível na última sexta-feira (13), após o resultado do exame realizado no Laboratório Central (Lacen). 

Há uma mulher de 23 anos internada no mesmo hospital que também já teve o diagnóstico da H1N1 confirmado. No entanto, de acordo com o diretor regional de saúde do núcleo Centro-leste, responsável por 72 municípios nas regiões de Feira de Santana, Serrinha, Seabra e Itaberaba, Edy Gomes, ela apresenta quadro estável e não corre risco de morte."O idoso apresentava febre muito alta, dores no corpo, dor de cabeça e coriza. Na H1N1, a febre muito alta é bem característica", explicou Gomes.

De acordo com o Ministério da Saúde, este ano, até o dia 7 de abril foram registrados 5 casos de H1N1 no estado. A  Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no entanto, contesta o dado. Segundo a pasta, 36 pessoas foram infectadas com o vírus H1N1, sendo que quatro delas morreram no estado. A Bahia aparece em segundo lugar entre os estados onde o H1N1 mais matou pessoas. O primeiro lugar é de Goiás, com 9 óbitos. 

O vírus influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Uma pessoa pode contraí-la várias vezes ao longo da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Porém, em alguns casos, pode evoluir para uma forma grave. Os vírus influenza são transmitidos facilmente por pessoas infectadas ao tossir ou espirar.

Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionada com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.

Mais gripe na Bahia Se considerados todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são 18 mortes na Bahia em 2018, de um total de 215 pessoas infectadas. Ainda segundo o órgão, três pessoas foram infectadas pelo vírus H3N2 e uma delas morreu. 

Os números registrados no mesmo período do ano passado - até a primeira semana de abril - são menores na Bahia. Foram 171 casos de Sídrome Respiratória Aguda Grave, que resultaram em 15 mortes, nenhuma delas pelos vírus H1N1 ou H3N2.

Campanha de vacinação A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começa no próximo dia 23 de abril. Em Salvador, costuma ser oferecida em 126 salas de vacina do município. Esse ano, os grupos prioritários são pessoas com 60 anos ou mais; crianças de seis meses a menores de cinco anos; gestantes e puérperas (mulheres até 45 anos dias após o parto); trabalhadores da saúde; professores; indígenas; portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.

A vacina que vai ser distribuída pelo governo é a trivalente, que cobre os três sorotipos: H1N1, H3N2 e o influenza do tipo B Yamagata. Segundo o Ministério, a composição da vacina é feita pela  própria Organização Mundial de Sáude (OMS), que reúne e analisa as informações enviadas por centros de vigilância de todos os países. 

Quem não participa desse grupo, pode se vacinar de forma particular, com preço que varia de R$ 100 a R$ 200. Nesse caso, é possível se imunizar com a vacina quadrivalente, que cobre quatro subtipos: H1N1, H3N2, B Yamagata e B Victoria.

“A vacina trivalente  é suficiente e eficaz para nosso país, porque na nossa região não existe o sorotipo que está na quadrivalente, como em outros locais”, diz Bastos.

Combate  A estudante de jornalismo Lyane Menezes, 26 anos, está gripada há uma semana e meia. Ela conta que sempre fica doente por causa da mudança das estações. “Toda vez que a estação muda, eu fico gripada. Dessa vez, eu estou com bastante dor no corpo. Já precisei faltar uns três dias de aula”, contou ela. Apesar das dores, Lyane ainda não foi ao médico. Ela disse que está tomando analgésicos em casa. 

A atitude de da estudante é reprovada pela médica infectologista Nanci Silva. Segundo Nanci, as pessoas que tiverem com a doença devem procurar um hospital.“Uma coisa é estar resfriado e outra coisa é estar gripado. A gripe tem um potencial maior por causa da gravidade da insuficiência respiratória, da febre e do mal estar. Por isso, o paciente precisa procurar assistência médica”, aconselha.De acordo com o infectologista Claudilson Bastos, a transmissão da gripe pode ocorrer por secreções ou vias respiratórias. “A transmissão ocorre de pessoa pra pessoa, ao falar, tossir e ao espirrar ou também pelo contato pessoal”, explica. Por conta disso, quem deseja fugir da gripe precisa adotar medidas como lavar as mãos, além de evitar contato com objetos pessoais.

Para tratar a gripe, o paciente deve repousar e beber água. Já a medicação deve seguir recomendação médica.