SóTocaTop é aposta musical da Globo para as tardes de sábado

Programa será comandado por Fernanda Souza e Luan Santana

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  • Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2018 às 05:32

- Atualizado há um ano

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Sabe aquela música que você descobriu recentemente e que você não para de ouvir - e, às vezes, nem de dar o play? E aquele artista que não para de tocar nas rádios?

Eles são os “tops” e, muito provavelmente, estarão a partir de agora fazendo companhia a você nas suas tardes de sábado. Isso porque a Globo/TV Bahia estreia, no próximo dia 14 de julho, o SóTocaTop (escreve assim mesmo, tudo junto!).

Comandada por Fernanda Souza e Luan Santana, a atração musical promete reunir a cada edição um time com os artistas mais bombados do momento.

No comando O próprio anfitrião é um desses “tops”. Volta e meia está na lista de artistas mais ouvidos do país - assim como muitos outros cantores e (cantoras!) sertanejos. 

No comando de um programa musical na TV pela primeira vez, Luan Santana afirma que é um “desafio muito grande representar o sertanejo e apresentar um programa no qual estará em contato com artistas e estilos tão diferentes do seu”.  (Foto: Tomás Arthuzzi/ TV Globo) Para ele, o maior trunfo está na troca de experiências. E isso já começou a acontecer.“A Fernandinha está me ensinando muito. Ela me fala do poscionamento da câmera, me dá toques sobre a troca de palco”, elenca o cantor, que também espera trocar muitas figurinhas com os artistas que subirem ao palco. E adianta: além de breves conversas, haverá momentos em que ele se apresentará junto a alguns deles.

Fernanda, que já apresentou os bastidores do The Voice e desde 2016 tem um programa para chamar de seu no Multishow, não poupou elogios ao colega. “Ele é muito gente boa, tranquilo, divertido, não se leva a sério, sabe rir de si mesmo, então acho que casou bem esse encontro de apresentadores”, contou. “E ele tá indo muito bem, viu? Pode não ser apresentador, mas tá tirando onda no programa. Vocês vão se surpreender”, promete.

O entrosamento entre os dois começou no Vai, Fernandinha, mas agora é que estão testando a liga. A dupla já gravou um programa piloto, que contou com a presença de artistas como Ludmilla, Thaeme e Thiago, MC Kekel, Mano Walter, Gabriel Diniz, Fernando & Sorocaba e Amigos do Pagode 90. Antes de ir ao ar aos sábados na TV Globo, o SóTocaTop vai ao ar às sextas-feiras no Multishow.

E quais são os tops os dois desejariam ver no palco? “Vale a Beyoncé?”, brinca Fernanda Souza. A apresentadora se diz eclética e costuma apostar nas playlists. “Escuto muito pagode! Sou muito pagodeira, desde criança. Escuto muito sertanejo, gosto muito dos ‘modão’. Na minha playlist tem Shakira, tem música gospel, tem jazz que amo”.

Já o top que Luan Santana gostaria de levar ao programa era o Justin Bieber. “Ultimamente estou ouvindo muito o disco do Shawn Mendes, que gostei bastante. Também costumo ouvir aquele rock light dos anos 2000, Creed, Nickelback, aquele rock bem meloso, eu gosto. Eu costumo ouvir bastante playlist, deixar rolando. Ouço de tudo”, finaliza. 

Dinâmica As gravações acontecem semanalmente, em São Paulo. O dia escolhido tem a ver com a agenda dos artistas convidados, que costumam estar mais livres no início da semana, sem shows marcados.  (Foto: Tomás Arthuzzi/ TV Globo) A seleção das atrações de cada edição será feita a partir de rankings semanais, que serão recortados a partir de três linhas: música ou artista; rádio ou internet; região ou gênero.

“É possível ter um ranking com as músicas mais ouvidas de rock nas rádios e outro com os artistas mais ouvidos na internet”, exemplifica Raoni Carneiro, diretor artístico do programa. 

Ele alerta que a ideia não é remontar o ranking sequencial do décimo ao primeiro lugar do recorte escolhido.

Podem ser três músicas mais ouvidas das rádios, dois artistas de rock mais ouvidos na internet, mais as duas músicas de pagode mais executadas tanto nas rádios quanto nas plataformas digitais e assim por diante. “É isso que vai dar a multiplicidade ao programa. Quem faz o SóTocaTop é o público”, arremata.

O público não irá interferir diretamente na escalação dos artistas que subirão ao palco do SóTocaTop, mas terá papel decisivo nesse quesito. 

Isso porque, como destaca Carvalho, o palco será um reflexo de tudo que as pessoas ouvem. “Se você quer seu artista lá, basta continuar fazendo o que você já faz. Escuta bastante ele, pedindo a música na rádio, interagindo nas redes sociais”, avisa.

Toda essa movimentação será contabilizada e analisada por  uma equipe de pesquisa, que vem se dedicando há pelo menos seis meses às métricas de músicas e artistas mais executados tanto nas rádios quanto nas diversas plataformas de streaming. 

É essa equipe que também  vai selecionar a Aposta da Semana. “A gente chama de aposta, mas não é uma decisão inspiracional. Temos uma equipe de pesquisa e análise que vem acompanhando isso o tempo todo. Quando o artista romper a barreira dos 30 em um Top 50, provavelmente ele será uma aposta para estar no programa”, explica Carneiro. 

Caso do cantor Vitor Kley, de 23 anos, que com o seu pop praiano invadiu as listas das músicas mais tocadas, dominadas por sertanejos e funkeiros. Por isso, acabou sendo selecionado como a Aposta da Semana do programa piloto, gravado há algumas semanas. 

“Quando convidamos ele, a música Farol já estava performando muito bem. Hoje, o Vitor Kley já é uma realidade, é o segundo artista mais executado nas rádios. A nossa aposta tenta capturar aquele momento em que a música está sendo muito tocada, mas a gente ainda não sabe o nome, não associou o artista a ela”, explica.

A Aposta da Semana pode ser, além de um artista, uma música. Assim, artistas conhecidos poderão ganhar espaço no quadro. “Daremos essa chance justamente por acreditarmos que o artista poderá voltar ao programa como ‘ranqueado’”. 

Era de ouro? Quem vê o funcionamento do SóTocaTop e é de uma geração que consumiu a TV aberta brasileira entre os anos 70 e 90, lembra automaticamente do Globo de Ouro, programa semanal que funcionava de modo bem parecido à nova atração. A proposta também era a de levar ao telespectador os maiores sucessos musicais do momento. Só, que na época, só eram levadas em conta as músicas mais executadas nas rádios.

Apesar de rejeitar uma comparação entre os formatos, Carneiro acredita que o Globo de Ouro faz parte do histórico dos programas musicais televisivos. “A gente  entende que o mundo de hoje é diferente, que o consumo musical se modificou muito com o surgimento e crescimento da internet. Então a gente tinha de se apropriar do momento que a gente vive. O Globo de Ouro é uma inspiração, mas são novos tempos, novos desafios, novas ferramentas e isso tudo não pode ficar preso a um formato”.

*A jornalista viajou a São Paulo, à convite da TV Globo