Suítes de motel são encontradas em presídio do Rio pelo MP-RJ

A Cadeia Pública José Frederico Marques, localizada no Benfica, abriga presos da Operação Lava-Jato

Publicado em 7 de março de 2018 às 15:03

- Atualizado há um ano

Uma operação do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) encontrou na Cadeia Pública José Frederico Marques, localizada no bairro Benfica, suítes usadas pelos presos para visitas íntimas. Os quatro cômodos eram semelhantes e contavam com cama de casal, luz vermelha, paredes pintadas de verde e rosa; com direito até a desenho de coração na parede e TVs. 

As informações foram publicadas nesta quarta-feira (07/02) pelo jornal "O Dia". O Portal de notícias O GLOBO confirmou a existência de uma investigação em andamento sobre a existência dessas regalias na unidade. A constatação foi feita durante uma fiscalização dos promotores. De acordo com a publicação, os promotores teriam recebido a informação de que presos da Lava-Jato pagavam mulheres para fazer sexo, mas a situação ainda está sendo investigada pelo MP-RJ.

Antes de ser transferido para o Paraná, Era lá que estava o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). A medida foi tomada porque foram registradas algumas denúncias de regalias no presídio. No Benfica ainda estão presos os três deputados estaduais: o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, o ex-presidente da Casa Paulo Melo e o ex-líder do governo na Casa Edson Albertassi, todos do PMDB.

No fim do ano passado, o MP-RJ realizou uma outra inspeção onde foram encontrados no presídio do Benfica queijos e presuntos importados, castanhas, pães, camarão, iogurte e até bolinhos de bacalhau. Alguns dos itens foram encontrados na cela de Cabral. A suspeita é que os alimentos estejam sendo fornecidos por três restaurantes da Zona sul do Rio. 

Na operação foi observado também que apenas detentos da Galeria C, onde estava o ex-governador e alguns de seus aliados, tinham colchões mais grossos, de melhor qualidade. Na ala Feminina, onde a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo ficou presa, também os colchões também foram encontrados.

Após a operação, a Justiça determinou que Erir Ribeiro do comando da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) deveria afastado do cargo. O pedido foi realizado de forma conjunta pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e o Ministério Público Federal (MPF).