Suspeito de mortes na Bahia e Goiás, médium usava até martelo em cirurgias

Filhas de Sebastiana Peixoto Pires, 73, procuraram a delegacia; a idosa faleceu ano passado depois de se submeter à cirurgia

Suspeito de dois homicídios e uma lesão corporal grave em pessoas que se submeteram as cirurgias espirituais na Bahia, o médium Antônio Miguel Rodrigues, 53, foi alvo nesta terça-feira (8) de mais uma denúncia de homicídio culposo em Aparecida de Goiânia (GO), onde ele mantém um centro espírita é suspeito de outro homicídio.

Filhas de Sebastiana Peixoto Pires, 73, procuraram a delegacia da cidade goiana e disseram que a idosa faleceu ano passado depois de se submeter à cirurgia espiritual do médium – a outra vítima em Aparecida de Goiânia é Raimunda Souza Matos, 52, que faleceu em 2015 no próprio centro espírita do médium.

 “Uma das filhas [de Sebastiana] que acompanhou a mãe na cirurgia falou que ele usava instrumentos, como bisturi, tesouras, seringa, e relatou uma história que ele usou um martelo numa situação específica, dentro da sala de cirurgia”, contou a delegada regional de Aparecida de Goiânia Cybelli Silva Tristão.

O médium havia se apresentado à polícia goiana no sábado passado, depois de a polícia da Bahia iniciar investigações sobre os dois homicídios e lesão corporal atribuídas ao médium, por complicações decorrentes de cirurgias realizadas dia 10 de novembro de 2018 em Barreiras, oeste do estado.

Mas a apresentação ocorreu durante o plantão e ele não foi ouvido sobre os casos de Aparecida de Goiânia, que vieram à tona somente esta semana. O médium alegou inocência nos casos relativos à Bahia, onde Vanderluce Soares dos Soares dos Santos, 42, e Arnaldo Domingos dos Passos, 78, morreram de infecção generalizada.

A vítima de lesão corporal grave é o aposentado Mário Joaci Pereira Rocha, 71, que fez cirurgias para retirada de líquidos nos testículos, os quais foram perfurados com oito agulhas pelo médium, segundo Rocha contou ao CORREIO. Ele ainda disse ter ficado com sequelas – está numa cadeira de rodas sem conseguir andar.

A delegada Cybelli Silva Tristão disse que marcará o depoimento do médium, mas que uma das filhas dele que atua nas cirurgias procurou a polícia e alegou inocência na morte de Raimunda Souza Matos. Antônio Miguel Rodrigues será ouvido ainda pela Polícia Civil da Bahia, em Barreiras, mas ainda não há data marcada para isto.