Suspeito de raptar testemunha em caso de milícia de PMs na Bahia é preso

Vítima segue desaparecida; outros dois suspeitos, incluindo PM, estão foragidos

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  • Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2021 às 12:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Um suspeito de participar do rapto de uma testemunha foi preso nesta quarta-feira (28), na Operação Cáfila, que aconteceu em Paulo Afonso, Conde e Boca da Mata - esta última em Alagoas. Além do suspeito preso, outos dois estão foragidos - incluindo um oficial da Polícia Militar. A ação conjunta do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e da Força Tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que combate crimes praticados por policiais foi para cumprimento destes três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão

 A ação investiga o sequestro e possível morte de Alex Cirino Barbosa. Ele foi raptado em 7 de abril deste ano, por volta das 19h45, em Paulo Afonso. Desde então, ele está desaparecido. Alex era uma das principais testemunhas da Operaço Alcateia, de outubro do ano passado, quando vários PMs foram presos acusados de integrarem uma milícia que praticava homicídios, tráfico, tortura, extorsão e outos crimes na região.

O sequestro de Alex foi filmado por câmeras de segurança instaladas na rua, que mostram exatamente o momento em que ele foi abordado e levado para dentro de um carro. As imagens permitiram identificar a caminhonete usada, que já tinha sido vista na cidade sendo usada pelo oficial da PM que está foragido.

Segundo o MP, as evidências mostram que foi uma tentativa de intimidar outras testemunhas e retardar a ação penal sobre o caso, que segue em curso na Justiça de Paulo Afonso. Ontem mesmo teve início a audiência de instrução. Um dos alvos hoje é irmão de um dos policiais que ainda se encontra preso, o que reforça a tese de que a testemunha foi raptada, e possivelmente morta, para impedir que fosse ouvida em juízo.   Com base nesses indícios, foi deferido pela Vara 1ª Vara Crime da Comarca de Paulo Afonso o pedido de prisões temporária de um oficial da polícia militar e mais dois envolvidos, além de buscas e apreensões em endereços residenciais dos investigados e batalhões da Polícia Militar de Paulo Afonso e Conde.

Milícia Um tenente coronel da PM chegou a ser afastado na operação anterior. A investigação mostrou que a organização é composta por PMs, a maior parte lotada no 20º Batalhão da Polícia Militar, em Paulo Afonso, sob comando de um oficial de alta patente da corporação, um tenente-coronel que foi afastado das funções por ordem judicial.

Há indícios que o grupo se envolveu em vários crimes, como homicídio, tráfico de drogas, tortura e extorsão. A 1ª Vara Crime de Paulo Afonso expediu, a pedido do MP, os seis mandados de prisão temporária para os PMs, além de mandados de busca e apreensão em endereços dos investigados e também em batalhões da PM. O tenente-coronel teve afastamento de 180 dias determinado de maneira cautelar. Ele fica proibido de acessar dependência de qualquer unidade da PM, além de se comunicar com membros da corporação.

Equipes da PRF cumpriram mandado de busca e apreensão em uma residência de um integrante da organização criminosa na região do município baiano de Paulo Afonso. Durante as buscas, os policiais localizaram uma arma de fogo, havendo a prisão em flagrante de uma pessoa.