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Priscila Natividade
Publicado em 13 de maio de 2019 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Taxa zero, aluguel free, antecipação do dinheiro das vendas a crédito na mesma hora e até reembolso de custos com a transação. As maquininhas não estão para brincadeira. E nesta guerra pela preferência do empreendedor, quem não quer perder venda vai precisar ser estratégico para definir a melhor maquineta. Mas, como o dono do negócio pode tirar vantagem da disputa? >
Nem sempre a oferta mais atraente vai significar o menor custo total por transação. O CORREIO destacou, pelo menos, dez maquininhas que estão no campo de batalha com as vantagens mais competitivas (veja ao lado). A isenção do aluguel é até real, mas é necessário avaliar a cota mínima, por exemplo, ou ter em mente que o dinheiro antecipado pode significar uma taxa de quase 5%. >
Por isso, o momento é favorável para o empreendedor comparar as ofertas e buscar renegociar ou trocar de máquina, como aconselha o fundador do portal de finanças Konkero, Guilherme de Almeida Prado. “Simule o uso e some todos os custos. A antecipação para quem vende no débito não altera em nada para o empreendedor, pois ele já recebia à vista. É ir para a ponta do lápis”, fala. >
Nessa disputa de maquinetas, a Safra Pay é uma das que ofertam taxa 0% tanto para vendas a crédito quanto no débito. Porém, a condição é válida para faturamento mensal acima de R$ 50 mil. Quem vende R$ 5 mil por mês tem a maquininha grátis. “Resultado disso é que a nossa retenção está acima do mercado: 9 em cada 10 empresas que trabalham com a SafraPay permanecem”, diz o diretor da credenciadora, Ricardo Gomes.>
No caso da Cielo, a estratégia é reembolsar as taxas. É o que diz o vice-presidente da unidade de empreendedores da empresa, Mário Casasanta. “Desde o começo deste mês nossos clientes passaram a ganhar a Cielo Zip se venderem R$ 1,6 mil no crédito por mês durante três meses”.>
Combate>
Faz diferença comparar cada detalhe. A proprietária da Brullé Confeitaria, Bruna Moraes, em menos de dois anos, trocou o meio de pagamento três vezes. Em seu negócio, 30% das vendas são pagas no cartão. Com a nova maquininha, ela foi bem criteriosa. “É justamente na alta rotatividade que você consegue pagar as coisas para o banco. Em épocas de alta demanda, praticamente não pago taxa. Porém, a gente tem de estudar bastante, por melhor que pareça a oferta”. >
É aí que entra a análise de todas as movimentações financeiras. A dica é da analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-BA) Liliane Rocha. “Conheça quais as reais taxas da credenciadora: o aluguel, o percentual sobre as transações e a taxa de adesão que acaba sendo o valor cobrado pela aquisição da maquininha. Tudo é possível neste cenário de disputa”. >
MERCADO TEM NOVAS OPÇÕES>
Na disputa do mercado, meio que correndo ali por fora estão também outras soluções de pagamento que querem fidelizar e ganhar as empresas. Entre as opções, as plataformas de pagamento permitem utilizar a adquirente que quiser, sem custo com aluguel ou aquisição da maquineta.>
De um ano pra cá, plataformas como a Vindi dobraram o volume de transações, como destaca a consultora de Canais da fintech Erica Lopes. “As maquininhas são apenas uma vertical nesse universo. Com a plataforma web, o lojista escolhe qual operadora de cartão quer trabalhar, o que facilita a negociação de taxas”, diz. >
Ao todo, o cliente pode optar por, pelo menos, oito operadoras de pagamento - entre elas a Rede e a Cielo - e todas as bandeiras de cartões que elas aceitam. Diferente das maquininhas, as plataformas de pagamento permitem que o lojista ofereça mais um método de pagamento com a geração de boletos, débito em conta e o modelo recorrente, com débito programado, como é feito nas cobranças de mensalidades pelo Netflix. >
“A concorrência no mercado de pagamentos só cresce. Existe muito do mesmo. Então a gente oferece esta versatilidade”, pontua Erica. Outro diferencial está na recuperação de dados de cartões renovados e alterados pelos bancos, o que diminue as chances de transações negadas. “O protagonista da história será sempre o empreendedor bem informado, que entende o seu mercado e a melhor forma de aumentar as vendas”, completa a consultora. >
Erica reforça a importância de se optar pela solução mais adequada ao negócio. “O ponto principal é entender o seu modelo de negócio e se faz sentido o pagamento online para o seu público. Hoje, apesar da nossa plataforma ser web, conseguimos utilizar a ferramenta no offline, com o envio do link de pagamento para os clientes, o que funciona, por exemplo, na cobrança de mensalidade de academias e escolas”. >
CINCO ARMADILHAS QUE O EMPREENDEDOR NÃO PODE CAIR>
Entenda a oferta Sobretudo, as condições estabelecidas no contrato, custo por custo, item por item. “Isso quer dizer que, nem sempre a menor taxa ou a taxa zero da máquina de cartões terá o menor custo total por transação”, aconselha especialista em varejo na AGR Consultores, Ricardo Baccarat.>
Redução da espera A antecipação das vendas do cartão de crédito para prazos menores não deixa de ter um custo. Por isso, não deixe de analisar, fazer as contas e comparar para saber se realmente vale a pena. A depender da maquiniha, esta antecipação pode ser cara. >
Movimentação financeira Não se deixe levar pelas propostas atraentes da redução ou insenção de taxas. “É preciso avaliar a movimentação financeira do seu negócio”, diz Baccarat. Muitas colocam condições e cotas nas ofertas de aluguel zero ou taxa zero. Fique atento. >
Nem todas as maquininhas recebem todos os cartões Verifique quais as bandeiras aceitas pela credenciadora. Avalie todas as possíbilidades de cartão de crédito e débito que a maquineta recebe.>
Simuladores Boa parte das maquininhas oferece a possibilidade de simular os custos com base no faturamento mensal daquele determinado negócio. Utilize essa ferramenta para avaliar as opções. “Outra dica é fazer uma busca rápida no Google. Ali você pode encontrar sites que já fazem comparação entre as diversas opções do mercado”, completa. >
O QUE CADA MAQUININHA TEM>
1. Rede Quem vende acima de R$ 5 mil no mês tem insenção do aluguel, que custa R$ 69. para aqueles que faturam até R$ 30 milhões por ano e têm domicílio bancário no Itaú, a taxa de antecipação de crédito é zero. É possível receber o dinheiro em até dois dias. >
2. Cielo Na Cielo Zip, a empresa oferece uma oferta de reembolso, limitada em R$ 238,80 (custo total da máquina, que pode ser dividida em até 12 vezes de R$ 19,90). A cada R$ 100 em vendas no crédito à vista, a Cielo devolve R$ 4,99, por exemplo (valor que corresponde à taxa do cartão). Para acumular o limite máximo de reembolso, o faturamento deve ser de R$ 4.785,57 no crédito à vista ao longo de três meses. >
3. Getnet A maquininha portátil uniformizou taxa de débito e crédito em 2%. Os clientes recebem os valores das transações em até dois dias úteis. AS condições são válidas para pessoa física, autônomo e MicroEmpreendedor Individual (MEI).>
4. Pagseguro Durante os três primeiros meses de uso, a taxa é 0% para vendas no débito ou no crédito à vista. A promoção vale para novos clientes que totalizem até R$ 1,5 mil em vendas. A Pagseguro oferece a antecipação do valor das vendas a crédito na hora em que elas acontecem, com cobrança de taxa 4,99% (à vista) e 5,59% (no parcelado). >
5. SafraPay A taxa é de 0% no crédito para até R$ 50 mil em vendas totais por mês. A maquininha é gratuita para negócios com faturamento mensal de acima de R$3 mil. >
6. Izettle Os clientes que comprarem a máquina em Maio vão ganhar taxas especiais que ficarão vigentes até dezembro. No débito, a taxa vai ser de 1,99% e no crédito 4,89%. Atualmente, as taxas são de 2,39% e 4,99%), respectivamente. O recebimento do crédito é em dois dias e sem cobrança de taxa de antecipação.>
7. Mercado Pago O dinheiro é disponibilizado na hora. Nas vendas a débito, a taxa é de 1,99%. No crédito à vista, 4,74%. O valor cobrado pela maquineta é bem competitivo: de R$ 118,80 caiu para R$ 58,80 (ou 12 vezes de R$ 4,90).>
8. Sumup A maquininha tem taxa de 1% no débito e crédito à vista nos 3 primeiros meses. A versão top também permite o parcelamento em 12 vezes de R$ 4,90 (total R$ 58,80). >
9. Pop Credicard A mini Pop Credicard custa 12 vezes de R$ 4,90 (total R$ 58,80). os clientes que optem por domicílio bancário no Itaú, terão reembolso de 50% do valor pago pela máquina em até 3 meses, ou seja, R$ 29,40. >
10. iFood A empresa oferece 100% do valor da máquina de volta para usar no iFood Shop, a loja online do aplicativo. Entre as maquininhas listadas que cobram taxas, tem a mais baixa, tanto para o débito quanto para o crédito, no plano para lojistas com vendas menores de R$ 50 mil por mês: 1,89% ( no débito) e 2,99% (no crédito à vista). Porém, os prazos são maiores: 2 dias e 30 dias, respectivamente.>
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