Tecido tecnológico garante 96% de eficiência contra o novo coronavírus

Lançado no ano passado, o tecido tecnológico garante eficiência e proteção em mais de 30 lavagens

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 05:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Divulgação

As máscaras de tecido convencional possuem uma eficácia média de 63% contra o novo coronavírus (SARs COV 2). Imagine a possibilidade de uma máscara que, além de garantir 93% de filtragem, ainda viesse com uma tecnologia capaz de eliminar não só o organismo que provoca a covid-19, como também uma série de fungos, bactérias e outros agentes causadores de doenças. Esse produto existe, teve a eficácia comprovada pela Unicamp (Universidade de Campinas) e está no mercado com os mesmos valores praticados por similares, mas sem a mesma proteção. Trata-se do tecido chamado Delfim Protect.

De acordo com a pesquisadora da Unicamp Clarice Arns, o produto se mostrou um bom antiviral porque consegue destruir o vírus e impedir sua replicação. “O tecido é banhado com micropartículas ou nanopartículas de prata que depois são fixadas com o calor no tecido. Essas nanopartículas de prata atuam sobre as glicoproteínas presentes no vírus, destruindo a sua camada superior, impedindo que ele entre em contato com as células e contamine o indivíduo”, explica.

A pesquisadora salienta que os testes foram feitos em cultura de vírus, mas antes o tecido foi esterilizado. “Durante duas horas, percebemos que as nanoparticulas de prata continuaram exterminando o vírus”, diz, lembrando que o laboratório da Unicamp vem testando diversos produtos como sprays e antivirais em forma de medicação. 

“É claro que tudo isso amplia o arsenal de proteção contra o vírus, mas é fundamental que se diga que, enquanto não tivermos uma vacinação em massa, todos os cuidados de distanciamento social e higiene precisam ser mantidos”, completou.

Origens A ideia de criar uma máscara com tecido tecnológico surgiu logo no início da pandemia, quando o responsável pelo departamento de inovação e novos mercados da empresa de tecnologia Dotter, Eduardo Salles, percebeu que havia sofrido uma parada brusca nos negócios convencionais da empresa, especializada em proteção contra fraudes. “Percebemos que precisávamos encontrar ferramentas para viver o novo normal e partimos para pesquisar sobre as novas possibilidades de negócios”, conta Eduardo. 

Em abril de 2020, ele firmou a parceria com a Delfim para compra do Delfim Protect,  tecido criado pela indústria têxtil em parceria  com empresas do ramo nanotecnologia (Nanox) e química (Starcolors) com capacidade de inativação do novo coronavírus por contato e fabricado com 100% poliéster, fato que possibilita que o material possa ser reciclado depois de perder sua eficácia.  Outro aspecto importante é que, após o descarte, essas máscaras não representarão risco de contaminação, como ocorre com as máscaras profissionais, por exemplo. 

 “As parcerias ocorreram com empresas que estavam levando a perspectiva de elaboração de um tecido tecnológico a sério. Não era nada para ser feito em pré-venda e só depois se pensaria no produto. Só para se ter uma ideia, lançamos as máscaras em 15 de julho e, nessa data, sem nenhum contrato assinado, tínhamos 30 mil unidades em estoque”, recorda Salles. 

A vontade de encontrar soluções para o próprio negócio e a para a sociedade uniram as empresas. No caso da Delfim, os estudos haviam começado desde fevereiro de 2020, quando Mauro Deutsch buscou infectologistas e profissionais da área de tecnologia para entender como isso funcionaria na prática. “Sabíamos quer era uma questão de tempo para o vírus chegar ao Brasil e precisamos pensar em que solução com tecido poderia ser oferecida para ajudar a sociedade e para garantir que conseguiríamos manter os postos de trabalho dos nossos colaboradores”, diz Deutsch. 

Com a certificação de que haveria eficiência no produto, o passo seguinte foi garantir  que não haveria contaminação alguma para o ser humano, nem durante o uso direto e nem durante as lavagens. O passo seguinte foi assegurar que o valor do tecido seria compatível com os demais tecidos fabricados no mercado nacional. 

Acesso fácil

Desde o lançamento, as empresas conseguiram produzir 2 milhões de metros do tecido, usando o produto para a fabricação de máscaras, jalecos, aventais, toalhas de mesa, travesseiros e até mesmo pareôs para uso em hotéis e resorts. “No caso dos pareôs, por exemplo, o material pode ser usado para cobrir cadeiras de praia, ou qualquer outro assento, evitando que se precise usar álcool ou mesmo lavar as superfícies”, explica Mauro Deutsch. 

As toalhas, aventais e jalecos, por sua vez, tiveram uma grande aceitação em restaurantes por assegurar proteção durante um dia inteiro, sem a  necessidade de troca. “A nossa certificação garante que qualquer produto possa sofrer 30 lavagens sem perder suas propriedades. Na verdade, acreditamos que pode ser até superior, mas estabelecemos esse limite por segurança”, diz o presidente da Delfim. 

Ele explica ainda que para higienizar qualquer um desses produtos, basta usar sabão neutro e evitar cloro. “Depois, basta passar ferro em temperatura normal para reativar as nanopartículas e voltar a usar com segurança”, garante Deutsch.

Os tecidos ativam a proteção no primeiro momento de uso. O material usado é hipoalergênico e também não libera resíduos no ambiente durante as lavagens. “Queríamos um produto que trouxesse soluções efetivas e não um problema maior, como aconteceu no passado, em outras situações de pandemia, quando as possibilidades de cura e tratamento eram quase tão letais quanto a doença em si”, conclui Eduardo Salles.

Parceria com saúde

Desde o início da pandemia, o CORREIO vem prestando um serviço para a sociedade e o público leitor, ampliando as informações sobre a covid-19 e abrindo os canais de comunicação com a sociedade. Por isso mesmo, no próximo dia 19 de fevereiro, as máscaras com o tecido Delfim Protect (delfimprotect.com.br) serão vendidas junto com o jornal impresso a um valor simbólico de R$ 3,00 nos pontos de vendas e com os gazeteiros. 

De acordo com a gerente do Mercado Leitor do CORREIO Mara Salmeron, nesse mesmo dia, os assinantes interessados em adquirir a proteção também vão poder solicitá-la pela central do assinante.

“Serão disponibilizadas 20 mil máscaras. Os assinantes do combo (impresso e digital) receberão as máscaras em casa”, completa, destacando que o interesse do veículo está sempre voltado em oferecer produtos interessantes com valores acessíveis.