The Good Place mirou alto e teve final perfeito para sua ambição

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  • Carol Neves

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 13:30

- Atualizado há um ano

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Depois de quatro anos cheios de aventura na vida depois da morte, a história de Eleanor, Chidi, Tahani e Jason chegou ao fim com o encerramento de The Good Place.

E foram quatro temporadas em que a série conseguiu se reinventar, permanecendo criativa e ambiciosa. Uma sitcom sobre quatro humanos mortos, um demônio, uma Janet que que chegou ao fim trazendo reflexões existenciais e fazendo a gente rir e se emocionar pelo caminho.

Uma das grandes vantagens de The Good Place foi justamente contar sua história e acabar sem esticar além do necessário. A ideia de explorar de maneira prática questões filosóficas de morais e éticas em uma comédia teve seus altos e baixos, mas mesmo em temporadas que pareceram mais perdida, como a terceira, havia uma luz no fim do túnel que era saber que haveria um foco para um desfecho logo. Isso dava um peso certo às narrativas.

O último dos 51 episódios tinha a missão de amarrar as histórias dos nossos protagonistas, depois de uma jornada em que eles lutaram para melhorar - e no caminho ajudaram a humanidade aperfeiçoado o pós-vida.

Para quem assistiu Parks and Recreation, que também foi criada por Michael Schur, o final traz algumas similaridades, também funcionando como uma espécie de epílogo depois que as grandes respostas foram dadas no episódio anterior, com a remodelação do "Lugar Bom". Um portal foi criado para permitir que os humanos satisfeitos com seu tempo por lá retornassem à "essência da fábrica do universo" - em resumo, uma viagem ao desconhecido. Um paraíso eterno, em que podemos fazer o que quisermos e temos tudo, mostra a série, acabaria por jogar os humanos em um estado de apatia que beira a semidepressão.

Já era de imaginar que o final iria mostrar quais de nossos protagonistas, e quando e como, iriam decidir fazer essa travessia, encerrando seus ciclos.

Jason foi o primeiro a decidir seguir em frente - mas acaba ficando anos e anos esperando perto do portal para entregar um colar perdido e reencontrado para sua amada Janet. Ele conta que ficou pensando sobre a vida enquanto esperava. "Como um monge", diz Janet, lembrando o início da história, quando Janet se fingiu de monge. "Por que diz isso?", questiona ele. O final perfeito.

Chidi, que levou uma vida guiada pela indecisão, consegue a claridade e paz de perceber a hora exata de atravessar o portal. Foi uma solução simples, mas que nos trouxe um dos episódios de TV mais bonitos comovente e levemente doloroso que já assisti.

Tahani usa seus anos no Lugar Bom para preencher uma longa lista de coisas que queria fazer e aprender. Quando parece chegar ao fim, mostra que agora sabe como usar sua ambição e acaba virando uma arquiteta do Lugar Bom.

Já Eleanor, basicamente definida como uma pessoa egoísta na Terra, tem como ato final ajudar Mindy St. Claire, do Lugar Médio, a tentar entrar no Lugar Bom. Você pode melhorar através de suas conexões com outras pessoas, diz Eleanor para Mindy. E essa é também uma das repostas da série. Melhorar nosso mundo, e talvez nós mesmos, pode não ser um esforço individual, e sim um trabalho em grupo.

E por fim Michael realiza o sonho de experimentar as coisas como humano, indo para a Terra levar uma vida ordinária, enchendo de significado cada coisa simples que faz - com direito a participação especial de Mary Steenburgen, esposa do ator Ted Danson na vida real.

Desde o começo The Good Place foi uma série que fugiu do convencional, uma aventura que misturou elementos clássicos de sitcom com outros recursos de drama, com surpresas e reviravoltas que ajudaram a avançar a história. Como a preocupação sempre foi mais o que significa ser humano, e viver, do que realmente o que acontece depois da morte o final é doce e perfeito para a série.