Tintos de Verão: sommelier dá dica de 5 vinhos nada óbvios para o calor

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  • Paula Theotonio

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 09:20

- Atualizado há um ano

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(foto/divulgação) Quando se pensa em verão e vinho, a associação mental imediata é com taças suadinhas de brancos, rosés e espumantes. Servidas mais geladinhas, estas bebidas trazem mais comumente as sensações da estação: aromas e paladares frutados, florais ou minerais, e um corpo leve que as fazem descer “redondas”. Mas os amantes dos tintos não precisam ficar órfãos na temporada. Segundo o sommelier Alexandre Takei, é possível ter ótimas experiências com as bebidas escuras – basta escolher rótulos mais adequados às altas temperaturas.

“Espera-se de um vinho de verão um corpo mais leve, acidez mais elevada, pouco álcool e maior quantidade de fruta; e essas características também podem ser encontradas nos tintos”, conta o especialista. Para identificar as melhores garrafas, o bebedor pode usar alguns conhecimentos prévios.

Região produtora e as uvas

O “terroir” – ou o conjunto solo e clima – de uma determinada região é determinante no sabor das uvas. Frutas cultivadas em territórios quentes amadurecem rapidamente, resultando em vinhos mais alcoólicos. Já as que crescem e são colhidas em regiões mais frias amadurecem lentamente, originando bebidas com maior acidez e mais sabores minerais.

Segundo Takei, é interessante ficar de olho na produção de tintos das regiões costeiras do Chile; Nova Zelândia; dos Vinhos Verdes, em Portugal; Norte da Itália – em áreas viticultoras como como Valpolicella e em toda Piemonte; e norte da França, com destaque para o Vale do Loire.

Produzidas nestas regiões, certas uvas vão desenvolver ainda melhor estas características de frescor, acidez e fruta. “A mais clássica é a Pinot Noir, da Borgonha. Mas não é a única. Nesse mesmo entorno temos a gamay, forte na microrregião de Beaujolais; e a Cabernet Franc. Na Itália, temos as uvas Corvina e Barbera”, enumera.

Campo e vinificação

Desde o campo até a vinificação, fazer um tinto leve e fresco requer cuidados especiais. “Uvas para tintos de verão não podem estar sobremaduras”, conta Alexandre.

Na maceração, as uvas são deixadas por um tempo menor em contato com suas cascas – extraindo, assim, menos taninos (adstringência) e cor. Em alguns casos, é feita “maceração carbônica” – em que as bagas da fruta são colocadas inteiras para fermentarem em um tanque e todo o açúcar se transforma em álcool sem a ação de leveduras. Tintos produzidos com este processo são brilhantes, leves, jovens, frutados e têm taninos macios.

Outra característica é a ausência do estágio em barricas de carvalho, passagens rápidas ou uso exclusivo de barricas mais velhas – que não transferem tantos compostos para as bebidas.

Lista de compras

Eis a seleção de Alexandre Takei para um verão repleto de tintos (descrição do site Decanter):

Gere Attila Portugieser 2017 | 100% Portugieser (ou Kékoportó), este tinto húngaro possui coloração rubi brilhante e cativa por sua estrutura elegante, de acidez gulosa e taninos aveludados. R$ 133

Dominique Piron Morgon La Chanaise 2016 | Elaborado com uvas gamay, este varietal francês de vinhas velhas tem aromas de cereja e framboesa, tem certa especiaria, mineralidade e excelente estrutura. R$ 190

Caliterra Dstnto 2017 | Este assemblage chileno da região de Colchagua é elaborado com uvas Malbec, Petit Verdot e Carignan. Passou por maceração carbônica em carvalho francês e, por isso, tem cor purpúrea profunda e brilhante, além aromas de fruta vermelha fresca, fundo vegetal, além de notas muito sutis de madeira. Leve e fresco!

Craggy Range Martinborough Pinot Noir 2016 | 100% Pinot Noir, só que da Nova Zelândia. Este tinto tem cor rubi intensa e traz aromas de cereja, framboesa, lavanda, rosa e especiarias picantes. Frutado, possui carvalho sutil – resultado de 9 meses de estágio em barricas majoritariamente mais velhas. Taninos finíssimos! R$348,40

Michele Castellani Valpolicella Classico Ripasso Costamaran 2015 | Elaborado com as uvas Corvina Veronese, Rondinella, Molinara e outras castas típicas italianas, traz uma coloração vermelho-rubi; além de típicos aromas de flor de cerejeira, cerejas ''marascas'' maduras e framboesas frescas. Vivaz, agradável e frutado! Como demais diferenciais, estão a colheita da fruta madura e maceração curta, com menor tempo de contato entre mosto e casca. R$ 132,30.