Trabalho remoto monitorado

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Publicado em 28 de outubro de 2021 às 07:53

- Atualizado há um ano

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Já é história mais do que batida a mudança no mercado de trabalho com a pandemia, mas a liberdade de trabalhar de pijamas e chinelo tem trazido, por outro lado, um descontrole em  relação ao tempo destinado às tarefas, levando muitas pessoas a ficar em atividade além do que seria a jornada presencial. Pode parecer um contrassenso mas as empresas que realmente tiverem como foco o sistema remoto, tão difundido com a pandemia e que se mostrou uma ferramenta para aumentar a produtividade, devem focar em um maior bem estar dos trabalhadores, o que passa pela necessidade de garantir um controle eficiente da quantidade de trabalho, evitando assim problemas futuros, seja no âmbito jurídico ou da própria saúde dos profissionais. Essa discussão não é nova e já estava bastante ativa antes da tragédia da COVID-19, com foco no uso de dispositivos móveis. 

MDM A sigla significa Mobile Device Management - Gerenciamento de aparelhos móveis. Por esse tipo de aplicação é possível trazer ganhos de produtividade e eficiência das equipes e dar às empresas segurança de dados. Mas uma das funcionalidades é justamente a limitação do uso do aparelho móvel corporativo fora do horário de trabalho. No Brasil uma das empresas que atua nesse gerenciamento é a Pulsus, com 900 empresas clientes buscando o uso mais produtivo da mobilidade dos trabalhadores. Para o co-fundador da empresa, Vinícius Boekeme, há no mercado a necessidade de conectar adequadamente as equipes e melhorar a mobilidade corporativa com aumento de eficiência, o que traz resultado direto no faturamento. O empresário arremata: “Soluções assim permitem que uma empresa implemente uma série de processos e iniciativas para administrar com segurança, de forma completa, eficiente, remota e ágil, o uso desses aparelhos corporativos”. 

Burnout Segundo estudos da ISMA - Associação Internacional de Gestão de Estresse - 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem de sequelas do estresse no trabalho e mais de 30% deles desenvolvem a síndrome de Burnout, o esgotamento pelo trabalho. O pior é que quase a totalidade de pessoas que sofrem da síndrome continuam trabalhando, mesmo doentes, sem nem perceber os sinais de que algo não vai bem. Especialistas da área explicam que isso ocorre porque a primeira fase da doença é, geralmente, considerada como sinal positivo no ambiente de trabalho. No início o Burnout traz uma hiperprodutividade, uma energia de trabalho incessante. Mas as fases que seguem mostram que há um problema se formando. Segundo Ana Paula Tognotti e Daniele Nazari, ambas psicólogas do Zenklub, plataforma de orientação psicológica online, depois da fase do trabalhador super produtivo começam os sinais de irritabilidade e agressividade. Vem então o aumento de peso e a insônia e, por fim, chega a exaustão que afasta as pessoas da vida produtiva. 

Diferenciando trabalho e casa Os especialistas apontam que o rompimento da linha que separa o local de trabalho e o de descanso, trazido pelo Home Office, é o maior perigo, e que para lidar com os ganhos dessa nova modalidade de trabalho será preciso adotar uma nova forma de organizar a vida. A ISMA indica que hábitos como vestir-se para trabalhar em vez de ficar de pijama o dia todo e separar um local definido para esse trabalho, com blocos de tempo e intervalos bem claros entre eles, deve ser uma busca constante. Outro ponto a se observar é que o trabalho em casa tende a ser muito solitário, e que deve-se buscar formas de quebrar esse isolamento dos colegas através do próprio uso da tecnologia, com video chamadas diárias por exemplo. Para quem tem crianças a divisão é bem mais difícil e a indicação é, na medida do possível, ocupá-las antes de iniciar o trabalho e talvez aumentar a quantidade de blocos de trabalho intercalando com a interação com os pequenos, o que obviamente é mais fácil de falar do que de fazer, mas deve ser pelo menos tentado. Um outro ponto que os estudos da ISMA consideram como essencial é criar o "final do expediente”, arrumando a mesa, desligando o computador e "partindo para casa". Se o espaço de trabalho for separado é indicado fechar a porta e literalmente “chegar” em casa. Caso não seja possível uma dica é cobrir o computador e se for um notebook guardar ele na mochila. O objetivo é tentar tirar o instrumento de trabalho do campo de visão e permitir que a mente entenda que chegou a hora de relaxar, e com isso seja possível resistir à tentação de esticar o turno para “adiantar o serviço”. Todo o processo pode ser auxiliado com a inclusão de atividades físicas como uma caminhada ao final do dia de trabalho, e de relaxamento mental como como ouvir música ou ver um filme buscando uma boa noite de sono. Segundo o estudo, tanto no trabalho convencional quanto no remoto, não há novidade em um ponto. O segredo de uma relação saudável entre vida profissional e pessoal continua sendo achar o equilíbrio, que é individual, colocando cada atividade no seu devido lugar.