Tragédia em dor, imagens e palavras

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 19 de fevereiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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As imagens, segundo após segundo, causam um nó na garganta. A gente sente o que vai acontecer, diante de tanta água, mas torce. Torce para as pessoas saírem pela janela de dois ônibus que são tomados pela água barrenta do Rio Quitandinha, no Centro de Petrópolis. Era terça-feira, 15 de fevereiro, por volta das 18h, e uma tempestade tinha atingido como nunca antes na história a cidade: choveu o equivalente a um mês em uma tarde.  Dois ônibus, ao mesmo tempo, começam a ser engolidos pelas águas. As pessoas saem pela janela, ficam em pé no teto, outras tentando sair ao mesmo tempo pela janela. Segundo vizinhos, são 13 pessoas lutando pela vida, uma delas uma criança com mochila, provavelmente de escola. Tentou-se uma escada. Um dos motoristas amarrou o coletivo a um poste, alguns passageiros conseguem sair, mas a corda rompe. A água sobe, encobre os ônibus. Algumas pessoas são arrastadas pela correnteza. Desespero, dor e agonia de quem vê. Pior ainda para quem não conseguiu sair dos coletivos. Quando a água baixou, os dois ônibus, completamente destruídos, apareceram. Não havia corpos dentro. Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus da cidade, não se sabe quantas pessoas estavam nos ônibus. Os dois motoristas conseguiram se salvar.  Rafael, de 42 anos, deficiente físico, não conseguiu sair. O irmão ainda procurava o corpo dele na quarta-feira. Daniela avisou à mãe que o ônibus estava enchendo de água, mas não conseguiu sair. Gabriel foi visto em cima do coletivo. Não sabia nadar. Os dois seguem desaparecidos. Essa foi só uma das histórias trágicas do temporal que atingiu Petrópolis, uma das cidades que, em 2011, viu uma chuva deixar saldo de mais de 900 mortos devido a deslizamentos de terra. Desta vez, até a noite de sexta (18), eram contabilizados 136 mortos e mais de 200 desaparecidos. A Defesa Civil retirou 140 carros destruídos das ruas. Os prejuízos já passam dos R$ 200 milhões. Dezenas de famílias enlutadas e em busca de parentes. Uma tragédia para todo o país.

Janeiro é o mês mais letal na Bahia desde 2003; pneumonia lidera causas de mortes Pneumonia foi a principal causa de mortes em janeiro desse ano na Bahia. O mês foi o mais letal da história do estado desde 2003, quando teve início a série histórica da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen/BA), em se comparando os outros ‘janeiros’. Ao todo, 9.636 pessoas morreram na Bahia em janeiro de 2022.  Foram 947 óbitos por pneumonia, mais que o dobro do registrado em janeiro de 2021, quando 455 pessoas faleceram por esse motivo. Para a pneumologista Larissa Voss Sadigursky, do Hospital Santa Izabel, o aumento de casos de covid-19 e da gripe pelo vírus influenza H3N2 está relacionado com a alta nos casos de pneumonia e, consequentemente, com a elevação dos óbitos.  

Em segundo lugar como causa dos óbitos está a septicemia, uma enfermidade que ocorre quando há uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma infecção no corpo. Foram 805 casos registrados no estado. Em terceiro, estão as doenças cardiovasculares e o AVC, responsáveis, juntos, pela morte de 1.353 pessoas.

Fechando o ranking das cinco doenças mais fatais no estado em janeiro último, em quarto e quinto lugares, respectivamente, estão mortes por insuficiência respiratória (638) e pela covid-19 (561).

A Arpen-BA adverte que o número de óbitos registrados em janeiro de 2022 pode aumentar, assim como a variação da média anual e do período. Isso porque os prazos para registros de óbitos chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro na base de dados dos cartórios brasileiros.

Tensão segue na Ucrânia A tensão da fronteira entre Rússia e Ucrânia segue. De um lado, os russos retiraram alguma tropas da fronteira com o território ucraniano. O Ministério da Defesa russo afirmou que as forças retornaram às suas bases depois de completar exercícios, que alega ter o “direito soberano” de realizar.  A Ucrânia, por sua vez, alega, segundo a CNN Brasil, que as intimidações do lado russo estão se intensificando cada vez mais. O Ministério da Defesa ucraniano afirmou que houve “52 violações do cessar-fogo registradas”. Enquanto isso, os EUA, que apoiam os ucranianos, estão convictos de que a Rússia atacará em breve.O adeus a Arnaldo Jabor O jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na madrugada de terça-feira (15). Ele estava hospitalizado desde dezembro do ano passado. Jabor dirigiu "Eu sei que vou te amar" (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. Era colunista de telejornais da TV Globo desde 1991, como “Jornal Nacional”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje”, “Fantástico”  e de rádio na CBN. Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país, e se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964. Se corpo foi cremado no Rio.

Termina o prazo para inscrição no Sisu Terminou à 0h de sábado (19) o prazo de inscrições para o primeiro semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2022. Na Bahia, 10 instituições de ensino participaram, ofertando juntas 18.489 vagas. É através do Sisu que o estudante pode ingressar em uma instituição de ensino superior pública, seja ela municipal, estadual ou federal, de qualquer cidade do país. Os candidatos usam nota obtida na edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O resultado do Sisu será divulgado no dia 22 e as matrículas nas faculdades podem ser feitas entre 23 de fevereiro e 8 de março, conforme o calendário de cada uma delas.

Óleo volta às praias baianas A Baía de Todos-os-Santos e seus moradores voltaram a viver dias de preocupação parecidos com os de 2019, ano em que manchas de óleo causaram um desastre ecológico ao atingirem mais de mil locais no nordeste. No domingo (13), na área litorânea de Coqueiro Verde, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, novos vestígios de óleo apareceram em diversos pontos do local e da Ilha de Maré. Segundo Francisco Kelmo, biólogo e diretor do instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), apesar de causar preocupação, o óleo encontrado está em um volume 'muito inferior' ao que foi encontrado há três anos.

***'Chegamos a quase 7.500 beneficiários. O objetivo é amenizar o sofrimento de quem está praticamente sem renda há quase dois anos. Esse é o critério'  Bruno Reis Prefeito de Salvador, sobre o SOS Cultura II,  projeto elaborado pela prefeitura como um socorro aos profissionais do setor cultural atingidos diretamente pelo cancelamento do carnaval em função da pandemia