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Transporte não é desculpa: eleitores terão gratuidade em diversos modais neste 2º turno

Eleitores contam como farão para chegar aos locais de votação

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2022 às 05:00

. Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Neste segundo turno, não faltarão opções: os eleitores terão direito à gratuidade no  transporte rodoviário intermunicipal para se deslocarem entre os municípios baianos até as 23h59 deste domingo. Haverá gratuidade também nos ônibus municipais em Salvador, nos ônibus metropolitanos, no metrô que vai da capital a Lauro de Freitas, no ferryboat (apenas para pedestres) e nas lanchinhas que fazem a travessia para Mar Grande.

No caso das viagens de uma cidade a outra, o passageiro precisará apresentar o documento de identidade e o título de eleitor, e-Título ou outro documento que comprove o local de votação. Na volta, é preciso apresentar o comprovante de votação. Ferry, lanchas e metrô também exigem a apresentação da documentação.

A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) informou que os ônibus vão operar hoje com frota normal de dia útil, sem cobrança de tarifa, das 6h às 20h. No ferryboat, terão passe livre das 6h às 23h30 os pedestres que apresentarem título de eleitor ou e-Título na bilheteria. Para os outros modais, a medida vale até as 23h59 de hoje.

O BRT da capital também realiza, de graça, das 9h às 16h, o percurso da linha 1, entre as estações Rodoviária e Pituba, na Rua Anísio Teixeira, em frente ao Bompreço do Itaigara.

Para a estudante Adriane Rocha, 21 anos, o ferry é o meio de transporte que viabiliza suas idas a Salinas da Margarida, no Recôncavo baiano, onde nasceu. A jovem mora na capital, mas vota lá e resolveu ir um pouco antes, na sexta (28). “Vou ficar com minha família. Esse é o momento que a gente se encontra. Um afago no coração antes das eleições”, comenta.

A locutora e dubladora Mariana Ferrari, 41, mora em Praia do Flamengo. No dia de votar, ela vai aproveitar a passagem grátis para pegar um buzu para a estação Mussurunga. De lá, Mariana vai dar uma ‘paletada’ até o local de votação, ainda em Mussurunga. O trajeto completo leva, pelo menos, meia hora.

Nem a distância nem um eventual custo para se deslocar impediriam a locutora de votar. “Neste momento crítico que estamos, acredito que precisamos votar mais do que nunca se quisermos manter alguma esperança de democracia”, diz ela.

A estudante Ananda Borges conta que a proximidade de sua casa, no bairro da Graça, ao local de votação permite que ela e a família façam da obrigação um momento de lazer. “Vamos todos juntos e andando, geralmente, umas 10h. Depois, comemos algo perto de casa. É uma forma de fortalecer o clima de esperança, principalmente, nesses últimos anos”, relata.

Já a jornalista Luiza Cadidé, 29, que mora no Caminho das Árvores, tem a sorte de contar com amigos que moram perto dela e votam na mesma região, a Cidade Baixa. Por isso, pretende repetir o esquema de carona feito no primeiro turno. “Meu título é de onde eu morava com os meus pais. Eu não tenho carro, então, fico muito refém de Uber, de transporte público ou, de fato, dos amigos que moram próximo”, conta a jornalista.

À parte da facilidade e do conforto, Luiza afirma que outro ponto positivo é que todos eles têm a mesma linha política. “Vamos ali, juntos, numa energia positiva para o nosso candidato ganhar a eleição”, diz ela, otimista.

Ao todo, na Bahia, ao menos 32 municípios confirmaram a gratuidade no sistema de transporte público ou, em alguma medida, no âmbito do transporte intermunicipal da região metropolitana de Salvador, de acordo com a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE).

Foram estabelecidos acordos em Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Alagoinhas, Amargosa, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Esplanada, Ilhéus, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Jequié, Ribeira do Pombal, Santo Amaro, Santo Estêvão, Serrinha e Valença.

Já em Vitória da Conquista, Juazeiro, Paulo Afonso e Eunápolis, foi necessário ajuizar Ações Civis Públicas, que tiveram resultados positivos. Em Barreiras, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus e Teixeira de Freitas, a situação estava indefinida até o fechamento desta edição.   Assim como no primeiro turno, a jornalista Luiza Cadidé vai votar de carona, com os amigos (Foto: Acervo pessoal) Abstenção pode diminuir  Na Bahia, há mais de 11,2 milhões de eleitores aptos. No primeiro turno, mais de 2,4 milhões, ou 21,33%, deixaram de fazer valer sua cidadania. Historicamente, o segundo turno costuma apresentar uma taxa de abstenção maior, o que, para especialistas, se deve ao fato de haver menos cargos em disputa.

Apesar dos registros desfavoráveis, o cientista político Cláudio André de Souza acredita que fatores como o transporte público gratuito — que deve alcançar cerca de 6,5 milhões de pessoas — e a polarização da disputa desde o primeiro momento da corrida eleitoral possam contribuir para mudar, em algum nível, esse quadro.

“Sobretudo, pensando na eleição presidencial, a gente está diante de um político que já foi presidente e um que é o atual. Então, de fato, isso mobiliza mais o eleitorado a se posicionar”, analisa Cláudio André.

Como a tendência é que a gratuidade nos serviços de transporte atenda, majoritariamente, a uma necessidade tida por pessoas pobres, para o professor do Departamento de Ciência Política da Ufba Jorge Almeida, é possível que a medida acarrete mais votos para o ex-presidente Lula, cuja popularidade entre esse eleitorado é superior à de Bolsonaro.

“Não é uma diferença tão grande, mas é uma diferença que, se você considerar do ponto de vista nacional, pode ter efetivamente uma influência [no resultado]”, complementa Almeida.