Tristeza e depressão? Veja os sinais de alerta e cuidados para prevenção ao suicídio

Leonardo Araújo foi o entrevistado de Jorge Gauthier no programa Saúde e Bem-Estar

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  • Felipe Aguiar

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 20:56

- Atualizado há um ano

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Falar sobre suicídio é lutar contra tabus antigos da sociedade. A discussão do tema ainda gera tensão, mas os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam para a importância de falar sobre a prevenção ao suicídio. De acordo com a OMS, essa é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos. Esses dados ainda mostram que, anualmente, 12 mil pessoas cometem o ato no Brasil. E, com cautela e respeito, falar sobre o assunto é a melhor forma de prevenção, como explica o psiquiatra da Holiste Psiquiatria, Leonardo Araújo, foi o convidado do programa Saúde e Bem Estar, do CORREIO, comandado pelo jornalista Jorge Gauthier, desta terça-feira (21).

O primeiro passo para diminuir os números é entender o que será prevenido. As precauções não são voltadas apenas para àqueles que mostram sinais de alerta, mas principalmente para quem já tentou o suicídio. A alta taxa de mortalidade de pessoas que já tentaram se matar é um sinal de alerta como explica o psicólogo. “A cada 100 pessoas que tentaram suicídio, uma delas vai morrer no ano seguinte à tentativa; Por isso, é preciso estar atento ao seu redor", destaca o médico. 

Em segundo lugar, é preciso desmistificar os preconceitos criados sobre as doenças mentais como ‘depressão é doença de rico’ ou ‘quem tenta o suicídio quer chamar atenção’. O especialista explica que esse tipo de discurso é perigoso. “É preciso ter cuidado em não ser empático com a tentativa e o grau de letalidade dela”, reforça. Atrelado a isso, a atenção aos entornos é fundamental. Leonardo conta que, ao seu lado, pode ter uma pessoa próxima com ideações suicidas. E ele enfatiza: “o suicídio permeia todas as camadas sociais e faixas etárias.”

O psiquiatra ainda acrescenta afirmando a necessidade de se procurar uma avaliação médica e clínica após uma tantativa de suicídio. De acordo com Leonardo, o recomendado é que as pessoas próximas às pessoas levem-na numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou num Hospital Geral para que avaliem se a tentativa desencadeou algum problema de saúde físico na pessoa. Em seguida, o  médico garante que é de fundamental importância buscar auxílio psiquiátrico para se avaliar a gravidade do caso e a necessidade do paciente - seja de internamento, seja de acompanhamento.

O especialista explica que, na maior parte dos casos, o indivíduo que quer se matar não tem certeza sobre isso. Logo, a intervenção de profissionais qualificados pode fazer a diferença e salvar vidas. Leonardo ainda explica os principais sinais de atenção para busca de ajuda especializada:

1) passar a se isolar; 2) querer menos contato com as pessoas; 3) alteração de sono e apetite; 4) sentimento de desesperança com a vida; 5) deixar de ter prazer em atividades que antes tinha;

Precisa de ajuda? Telefones úteis que atendem 24 horas: - 188 (Centro de Valorização da Vida); - 190 (Ligação de Emergência); - 192 (Samu); - (71) 3103-4300 (Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (Neps).

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*sob supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier