Trump tem responsabilidade na invasão do Congresso, diz dossiê da Câmara

Cinco pessoas morreram na invasão de apoiadores do ex-presidente ao local

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  • Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 13:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump teve responsabilidade "inequívoca" nas manifestações que terminaram com a invasão da sede do Congresso americano em 6 de janeiro. A acusação consta em dossiê de 80 páginas elaborado pela Câmara dos Representantes para sustentar o impeachment do republicano, que será julgado no Senado este mês. "Para proteger nossa democracia e segurança nacional - e para impedir que qualquer futuro presidente considere incitar violência na busca pelo poder - o Senado deveria condenar o presidente Trump e desqualificá-lo de futuros cargos federais", recomenda o documento, de autoria de nove deputados democratas. O relatório afirma que o ex-líder da Casa Branca "incitou uma multidão violenta" a invadir a sede do legislativo com objetivo de paralisar a sessão de certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais. Segundo o texto, na ocasião, manifestantes ameaçaram a segurança de congressistas, funcionários e policiais. "Nossa sede de governo foi violada, vandalizada e profanada", argumenta. Pouco antes da invasão, Trump fez um discurso para os apoiadores em que repetiu denúncias sem fundamento sobre a integridade do sistema eleitoral, incluindo alegações sem provas de que Biden venceu o pleito de novembro por meio de fraude. "É impossível imaginar os eventos de 6 de janeiro ocorrendo sem o presidente Trump criando um barril de pólvora, riscando um fósforo e, em seguida, buscando vantagem pessoal da destruição resultante", critica o parecer. Para os democratas, a postura do político republicano justifica o impeachment, mesmo após o fim do mandato. "Somente depois que o presidente Trump for responsabilizado por suas ações, a nação pode seguir em frente com unidade de propósito e compromisso com a Constituição. E só então os futuros presidentes saberão que o Congresso permanece vigilante em sua defesa de nossa democracia", conclui o documento.