Tudo que você precisa saber sobre a troca de óleo do carro

Evite as misturas de óleo feitas para completar o nível máximo da vareta de medição pois a prática danifica o motor

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 18 de maio de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/shutterstock

Quem nunca viveu a experiência de abastecer o carro e ouvir do frentista que há algo de errado com o óleo do motor, deve se considerar um consumidor de sorte. As indicações vão desde a menção da necessidade de trocar o óleo pelo desgaste do uso e falta de viscosidade até a necessidade de completar com um tipo especial e que aumentará o desempenho do carro.  Para além da sedução típica da venda, quando o assunto é a lubrificação, alguns cuidados impedem que haja dano permanente.

De acordo com o engenheiro mecânico e de petróleo e gás, o professor universitário João Loureiro, apesar das pessoas terem uma resistência à leitura do manual do carro, conhecer a orientação do fabricante é fundamental para acertar na escolha. “A mistura de óleos pode ser muito ruim para o carro, assim, se você está próximo de realizar a troca e o nível da vareta deu um pouco baixo, vale à pena esperar e realizar a troca sem a necessidade de completar”, orienta.Na verdade, o professor salienta que a variação entre o máximo e o mínimo é algo absolutamente normal. “Nessas situações não há necessidade alguma de completar o nível. Essa variação é prevista e não colocará o veículo em risco”, explica.Loureiro faz questão de ressaltar que embora a base dos lubrificantes seja a mesma, a diferença está nos aditivos e que a alguns deles são incompatíveis. Quando misturados, esses óleos e seus aditivos geram borra e espuma, que prejudicam o funcionamento do carro. “No passado, os lubrificantes eram trocados a cada 5 mil quilômetros e possuíam uma base mineral parecida, fato que possibilitava que não houvesse impacto algum em misturar marcas. Hoje, essa realidade mudou”, reforça, salientando que a troca, geralmente, é feita com o dobro da quilometragem, mas exige do condutor cuidado para que não haja misturas.

O professor diz que para verificar se há algum vazamento é importante observar o pavimento onde o carro fica estacionado. “Se houver a constatação de que o óleo está sujando o chão, é aconselhável buscar o mecânico de confiança para avaliar com cuidado”.

O professor também orienta que, caso o nível de óleo esteja baixando sem a constatação de vazamentos, é possível que o carro esteja consumindo o próprio óleo, fato que também vai exigir conserto imediato. “Esse, no entanto, não é um problema comum e só costuma aparecer em carros com mais de 100 mil quilômetros rodados”, ensina, ressaltando que nessas situações há um entupimento nas vias de passagem do lubrificante, fazendo com que o carro termine queimando o próprio óleo.

Para quem fica em dúvida se a melhor escolha para o carro são os lubrificantes minerais, sintéticos ou semi sintéticos, Loureiro diz que, nesses casos, os minerais, que costumam ser mais baratos, são escolhas melhores e que, em casos de emergência, são lubrificantes que aceitam melhor as necessidades de mistura.

Cada um dos tipos de lubrificante é acompanhado de duplas de letras que indicam os aditivos.  “Os lubrificantes sintéticos são para carros como as ferraris ou porshes. A sofisticação desse óleo faz com que eles não aceitem mistura alguma, gerando reações muito danosas ao carro”, esclarece o engenheiro, ressaltando que colocar um óleo sintético num veículo comum é desperdiçar dinheiro, além de forçar que nas próximas trocas seja mantida a mesma qualidade.

O professor finaliza reforçando a necessidade de seguir a orientação do fabricante. “Esse cuidado simples impede dores de cabeça futuras”, conclui.