Última audiência do caso Lucas Terra termina sem decisão sobre júri popular

Testemunha de defesa foi ouvida no Fórum Ruy Barbosa

  • D
  • Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2011 às 20:05

- Atualizado há um ano

Da redação

A última audiência do caso da morte do menino Lucas Terra, realizada nesta sexta-feira (25) no Fórum Ruy Barbosa, terminou sem uma decisão sobre se os réus, o ex-bispo Fernando Aparecido e o ex-pastor Joel Miranda, vão a júri popular. Os dois foram denunciados pelo ex-pastor Sílvio Galiza, já condenado pelo crime a 18 anos de prisão que cumpre em regime semi-aberto.

Nesta sexta, foi ouvida a última testemunha citada no caso, um pastor chamado pela defesa. Segundo o advogado dos acusados, César Farias, algumas diligências foram pedidas tanto pela defesa quanto pelo Ministério Público e logo em seguida serão feitas as alegações finais.

"Estou convencido da absolvição deles. A defesa está muito segura porque não existe um caso, não tem provas, só a palavra de Galiza", diz Farias. O advogado acusa o MP de "incoerência" por acreditar na parte que lhe interessa do depoimento de Galiza. "Ele nunca confessou o crime. Ele quer que a gente acredite que ele é inocente e os pastores são culpados", diz.

Para Farias, Galiza resolveu acusar seus clientes como uma maneira de se vingar, porque eles teriam sido responsáveis por seu afastamento da Igreja Universal, e também para tentar reduzir sua pena. "Ele quer transferir a responsabilidade". 

A testemunha que depôs hoje falou sobre a rotina da igreja, que provaria que os dois acusados não tinham como ter estado no Rio Vermelho no dia do crime. "O pastor Joel sequer conhecia Lucas Terra", diz o advogado.

Já para o promotor Davi Galo, do MP, o caso é diferente. "Não tenho a mínima dúvida de que os dois serão submetidos a julgamento popular muito em breve", disse o promotor depois da audiência. Não há uma data definida para as alegações finais da defesa e da acusação e para a decisão da Justiça sobre se o caso vai a júri popular.

O casoO pastor Silvio Galiza foi condenado pelo crime. Ele negou envolvimento no caso e disse que o adolescente foi morto por ter presenciado os pastores Fernando e Joel mantendo relações sexuais - os dois negam essa versão. Para o MP, os três agiram juntos. O adolescente Lucas Terra foi assassinado, aos 14 anos, em 21 de março de 2001 após ter sido violentado sexualmente. O corpo do adolescente foi encontrado carbonizado em um terreno abandonado na avenida Vasco da Gama. Mesmo tento sido indenizados pela Igreja Universal, os familiares do adolescente querem a punição dos culpados.