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Sem vínculo profissional, atletas perdem benefícios previstos por lei
Gabriel Rodrigues
Publicado em 14 de abril de 2022 às 07:00
- Atualizado há um ano
Depois de ter sido suspenso no fim do ano passado, o time feminino do Bahia retomou as atividades de olho na disputa da Série A2 do Campeonato Brasileiro, que vai ter início no mês de maio.
Na última segunda-feira (11), jogadoras e comissão técnica se reapresentaram no CT Evaristo de Macedo e começaram a preparação para a disputa do torneio.
Por conta do rebaixamento do time masculino da Série A para a Série B, na última temporada, e a consequente perda de receitas, o Bahia fez alterações no projeto da equipe feminina.
Com a suspensão das atividades nos primeiros meses do ano, muitas jogadoras deixaram o clube. A atacante Gadu, maior artilheira da história do Esquadrão, por exemplo, acertou com o Santos.
Por isso, o tricolor teve que ir ao mercado e fez sete contratações. Entre as novidades estão a goleira Camila, a lateral Ari, as zagueiras Thayna e Beatriz, a meia Lidi e as atacantes Naiara e Miúda. Já o técnico Igor Morena está mantido.
Mas uma novidade durante a retomada é o modelo de contrato que o Bahia vem estabelecendo com as atletas. No dia 8 de março do ano passado - Dia Internacional da Mulher - o clube anunciou a profissionalização dos contratos do time feminino. Através de carta publicada no site e nas redes sociais, o Bahia se comprometeu a garantir todos os direitos trabalhistas previstos por lei. Jogadoras do time feminino do Bahia voltaram a ter vínculo não profissional (Foto: Reprodução) “Agora, nossas atletas passarão a ter direito a férias remuneradas, FGTS e 13º salário, além das proteções legais específicas da lei geral do desporto. (...) Anunciamos a profissionalização dos contratos de trabalho das antigas meninas, agora Mulheres de Aço”, diz um trecho da carta publicada pelo Bahia na época.
No entanto, este ano o clube voltou atrás e passou a fazer contratos não profissionais com as atletas. Nesse modelo, as jogadoras não recebem benefícios como férias remuneradas nem 13º salário.
Ao CORREIO, o Bahia, através da assessoria de comunicação, explicou que a medida de retomar os contratos amadores no time feminino se deu por causa da crise financeira:
"Por necessidade de adequação à atual realidade financeira do clube, com mais de 50% de redução de receita em 2022, além do déficit da pandemia. Mesmo as atletas que ficaram no clube tiveram o contrato profissional se encerrando em dezembro e aceitaram permanecer, entendendo a dificuldade do momento", alegou o clube.
Luta pelo acesso Este ano, o Bahia tem como meta voltar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro para apagar o vexame que o clube deu na Série A1 do ano passado.
No seu primeiro ano disputando a elite nacional, o Esquadrão terminou como lanterna e foi rebaixado. Não venceu um jogo sequer e somou apenas quatro pontos em 45 disputados. Foram quatro empates e 11 derrotas.
Enquanto segue em ritmo de pré-temporada na Cidade Tricolor, o time aguarda a divulgação da tabela da Série A2.