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Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2018 às 09:07
- Atualizado há um ano
Depois de dois anos se salvando do rebaixamento no apagar das luzes, o Vitória inicia hoje, contra o Flamengo, mais uma jornada na Série A do Campeonato Brasileiro. De diretoria (semi) nova, a promessa é deixar de lado o sofrimento que já virou usual para "disputar coisas maiores".
Diante de tal promessa, é constrangedor que, no dia da estreia, o Vitória não tenha no elenco um só goleiro em que se possa depositar confiança. Nem vale estender muito o assunto, já que o presidente, baseado em alguma premissa que foge ao bom senso, já disse que não precisa contratar arqueiro. Ok.
Também é constrangedor que, na semana da estreia, numa partida de Copa do Brasil, o Vitória tenha tido um volante jogando improvisado na lateral direita. Rodrigo Andrade, é bom dizer, foi muito bem contra o Inter e foi dos poucos a se salvar frente ao Bahia no Barradão, deixando claro que merece chances reais, jogando na sua posição. Mas, por motivos que obviamente me escapam, o treinador do Vitória assim não enxerga.
Por falar em volante, uma questão: alguém sabe explicar como é possível que Rodrigo Andrade, William Farias, José Wellison e Lucas Marques fiquem no banco para Uillian Correia e Felipe Soutto? Aliás, o pessoal que escolheu essa dupla para a seleção do Campeonato Baiano tomou o quê? Eu também quero.
Os titulares de Vagner Mancini nos dois jogos finais marcam somente com o olho, vivem chegando atrasados nos lances e, na maioria das vezes, só tocam de lado. Soutto, inclusive, conseguiu errar quase todos os passes na final do Barradão. Constrangedor.
Igualmente constrangedor é ver Pedro Botelho atuando na lateral esquerda de um time que, dizem, vai "disputar coisas maiores". Tamanho desmantelo suscita outra indagação: por que, com meias no elenco, inclusive Guilherme, meia esquerda que já mostrou qualidade, Mancini não coloca Juninho na lateral e pronto? Vai saber...
Também deveria causar constrangimento que o Vitória chegue a mais um Brasileirão com uma zaga altamente vazada e mantenha sempre os mesmos jogadores. O único zagueiro contratado até agora em 2018 veio de um time rebaixado no Campeonato Brasileiro do ano passado, o que claramente depõe contra a defesa.
Este ano, o Vitória fez apenas umas poucas partidas contra times de Série A – e não os mais fortes – e mesmo assim já contabiliza uma cacetada de gols sofridos. Some a isto o fato aqui já citado de que, pelo visto, ninguém na Toca do Leão foi avisado de que vale pular para cortar os cruzamentos. Tormenta à vista.
Pra completar, neste início do Brasileiro o time não poderá contar com seu principal jogador da temporada, Neílton, que foi estourado jogando um campeonato estadual ridículo. Ninguém fica constrangido com isso?
E Mancini, não fica nem um pouco constrangido ao afirmar que ficou satisfeito com a atuação do Vitória diante do Inter? No segundo tempo, a equipe baiana, se muito, conseguiu trocar cinco passes consecutivos. Jogando na base do chutão, foi punido com um peru do goleiro no final.
Ou seja, ciclicamente, voltamos à questão lá do início do texto. É como o Vitória, onde tudo parece ser cíclico, especialmente estes erros constrangedores.
Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados