Um dia na vida: há 40 anos, o mundo perdia John Lennon

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  • Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 16:19

- Atualizado há um ano

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Se tivéssemos a sorte de ainda tê-lo por aqui, John Lennon estaria com 80 anos. Ele morreu em 1980, há exatos 40 anos, aos 40 anos.

I read the news today, oh, boy, e a notícia terrível provocou homenagens e vigílias de multidões de fãs no mundo todo. Lennon teve a vida violentamente tirada bem na época em que sua música nova, “(Just Like) Starting Over”, falava em começar de novo.

Em homenagem a John, Paul compôs “Here Today”, uma das mais bonitas canções de sua carreira, e que costuma o emocionar quando ele a toca nos palcos. Antes, com participações de Paul e Ringo, George Harrison lançou “All those years ago”, um réquiem para John e os tempos da beatlemania. As duas músicas foram produzidas por George Martin, o maestro que transformou o sonho beatle em realidade.

A morte de John foi também o fim de qualquer chance dos Beatles voltarem. Uma outra morte que doía no coração dos fãs que alimentavam um sonho que agora acabava de vez. Naquele início dos Anos 80, John queria reunir novamente os Beatles para um show que serviria de encerramento de um documentário sobre a carreira da banda, que se chamaria “The long and winding road”.

Mas, por uma estrada longa e sinuosa, eles voltaram. Em 1994, Paul, George e Ringo se reuniram para trabalhar em “Free as a bird”, uma música inacabada de John. Foi breve como um sonho, mas John estava lá também, nos fones de ouvido dos outros três.

A atmosfera do estúdio lembrou o tempo de quando eles eram os Fab Four. Para Ringo, era só como se John tivesse saído para fazer um lanche. No ano seguinte, no documentário Anthology, a banda enfim contou sua própria história. E o clipe de “Free as a bird” foi a própria história dos Beatles e de suas canções passando rapidamente na frente dos nossos olhos.

Naquele 1980 em que perdemos John, Paul tinha lançado o disco “McCartney II”. Daqui a 10 dias, lançará o “McCartney III”, mantendo sempre acesa a chama de sua incansável carreira. A morte precoce de John levou embora alguém que parecia também ter fôlego para muito mais. Levou embora o teddy boy encrenqueiro que se tornou um pacifista que cantava “I don’t wanna be a soldier, mama, I don’t wanna die”.

Levou embora o britânico irônico que pediu para a realeza sacudir suas joias e que foi mal interpretado na tal comparação da popularidade dos Beatles com a de Jesus Cristo. Sarcástica mesmo foi a sua retratação, dizendo que teria se saído melhor se tivesse dito que a televisão era mais popular do que Jesus.

John Winston Lennon, que nasceu em plena Segunda Guerra Mundial e foi batizado em homenagem a Winston Churchill, mas subverteu a lógica patriarcal e adicionou o sobrenome Ono, da esposa Yoko, ao seu. “I was the walrus, but now I’m John”, despiu-se.

A história de John e dos Beatles está destinada a ser sempre recontada. E tudo vai começar de novo para quem um dia na vida escute a mágica de uma novidade que já existe há tanto tempo. Como no fone de ouvido dos outros três beatles na gravação do Anthology.

*Lucas Fróes é jornalista e beatlemaníaco.