Um joguinho internacional para distrair

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  • Paulo Leandro

Publicado em 23 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Enquanto não recomeça o campeonato que realmente importa, a Série B, vamos passando o tempo curtindo um joguinho entre as seleções de Colômbia e Paraguai, hoje, 16 horas, naquela que um dia foi a Grande Fonte Nova.

Pelos efeitos da guerra que perderam de goleada, Solano Lopes à frente, os paraguaios deveriam jogar com quatro a mais, para compensar. De cada quatro guaranis vivos, restou apenas um, ao final da primeira Copa que o Brasil ganhou em 1800 e tantos.

Inclua aí mulheres, crianças, bebês, idosos, deficientes, cachorros, papagaios, tudo que pudesse ser furado pelas baionetas de brasileiros, argentinos e uruguaios. Ainda ousam falar de Hitler? Adolfinho sabe de nada, inocente!

Conclamo os leitores a parar de chamar de paraguaio tudo que é falsificado, táoquei, pois o dano moral disso daí é vestígio simbólico do massacre que protagonizamos como paus-mandados dos ingleses, escalando os negroafricanos no sacrifício.

O Paraguai nos respondeu com Romerito e aquele zagueiraço que nunca levava cartão e só jogava na bola, parecendo até Nelinho, beque eterno da seleção das seleções, conhecida como Esporte Clube Vitória. Gamarra, lembrei!

Já a Colômbia fez guerra contra a Fifa. A Liga Pirata só não tinha John Depp dos filmes que tive a sorte de comprar a “dois real”, os quatro, em DVD, na feira de Lençóis, cidade maravilhosa e capital do futuro Estado Diamantino.

Pirataria com pirataria se paga: o mundo é uma briga de quadrilhas oficiais contra ilegais. Fifa-pirata, Estados-pirata, empresas-pirata, mídias-pirata, partidos-pirata, juiz-pirata. Quem tem poderes, lava a jega a jato. Pirata fraco tá preso, otário.

Pois foi nos anos 50 que mandaram a Fifa se fifar. Na Liga Pirata, jogaram Di Stéfano, nosso Heleno de Freitas, mais uma carvalhada de cobras, como Labruna, Pedernera e outros fodas do River Plate.

Este país do café com coca mete conhecimento porque lá a Espanha invasora criou logo universidades para controlar as fortes culturas nativas. Enquanto aqui, Portugal safadão andava a expulsar os jesuítas...

Não tinha arcabuz e canhão que chegasse, daí a criação de centros de ensino para impor a língua e os costumes do dominador: é a tal “civilização”, um jeito bonito de economizar munição.

Como quase tudo na vida é torto, estas mesmas universidades, criadas para a guerra simbólico-ideológica, abriram os olhos de gerações e gerações do que chamamos colombianos.

“Colombiano” é o carvalho! Muito queixão homenagear com o nome do genocida-mor Cristóvão Colombo o lugar manchado do vermelho de tanto sangue, com azul e amarelo para disfarçar.

A Colômbia nos deu Higuita, o goleiro-escorpião, autor da defesa mais maluca do mundo; Valderrama, debaixo dos caracóis... (toca Roberto!); Rincón, Asprilla... e agora tem García e o companheiro Zapata.

Pela seleção das seleções, líder absoluto da Série B, de cima pra baixo, tivemos as artes de Viáfara e de Aristizábal, todo feliz quando “ganhou” 200 e tantos mil, mas só que não: o cheque foi devolvido. Já faz é tempo, vamos esquecer, acontece.

Se fosse hoje, era bem capaz de marcharmos com Jesus, fazendo arminha para apoiar o genocídio dos guaranis e dar força ao juiz chefe dos piratas. Já fomos bons de bola, mas seguimos fiéis ao Capitão Gancho.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.