Uma baiana no comando do Google

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  • Hugo Brito

Publicado em 23 de julho de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Na segunda, 20 de julho, o Google completou 15 anos no Brasil, um dos cinco maiores mercados da empresa no mundo. Aqui, estão milhões de usuários de diversos produtos da marca, dentre eles o Google Maps, que ganhou sua versão brasileira em 2007, mesmo ano em que chegava o YouTube brasileiro, este último um produto que mudou completamente a relação do público do país com a mídia, criando celebridades livres das amarras do mercado tradicional. Na comemoração dos 15 anos do Google no Brasil fui apresentado a uma baiana, nascida e criada em Salvador, no Vale dos Lagos, e que tem sua história misturada com a do Google no país. Bibiana Leite foi a primeira mulher negra a ser contratada pela empresa na operação brasileira, quando a filial daqui tinha menos de um ano, ainda em 2006, e hoje é a Head de Desenvolvimento de Parcerias de Conteúdo do YouTube para a América Latina.

Orkut

Na conversa fomos lembrando de diversos marcos, um dos maiores o Orkut, a primeira rede social e que bombou no Brasil, país onde havia mais usuários no mundo. O Google começou no país com a compra da Akwan Information Technologies, uma empresa brasileira que fornecia serviços de busca, criada por professores e estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), abrindo alguns meses depois o seu escritório de negócios em São Paulo. Em 2009, um ano antes da executiva se mudar para os Estados Unidos, chegavam os primeiros telefones com Android e, em 2010, era a vez de 51 cidades brasileiras terem suas ruas acessadas virtualmente pelo Google Street View, sendo o Brasil o primeiro país da América Latina a ser contemplado pelo serviço. Em 2014, foi a vez de Salvador, junto com outras cidade-sede da Copa do Mundo.

Black@YouTube

Voltando ao Youtube perguntei sobre a atuação de Bibiana no Black@YouTube, movimento de funcionários da organização para incentivar a diversidade dentro e fora da plataforma, do qual é co-fundadora. A executiva, que ganhou o MIPAD, prêmio da ONU para as 100 pessoas afro-descendentes mais influentes no mundo, respondeu que atua, desde o recrutamento de equipes, com uma postura sem estereótipo: “Sempre me incomodou ouvir pessoas falando que alguém venceu porque lutou. Todos lutam. Penso que oportunidades justas criam líderes e, não, guerreiras”, arrematou.

O Google, que em pesquisa feita pelo Kantar com 1.100 pessoas pelo país, foi indicado por 81% delas como uma empresa que contribuiu positivamente para a sociedade, deu mais um passo nesse sentido da diversidade, anunciando um fundo de R$ 5 milhões para startups lideradas por empreendedores negros no país. Fechei o bate-papo com uma pergunta que não poderia faltar. "E os próximos quinze anos?". A resposta da executiva baiana do Google foi direta: “Vejo que o crescimento da plataforma, de seus produtos, dentre eles o YouTube, mostra a conexão da empresa com esse país, que é diverso e, por isso, complexo e fascinante. Espero continuar colaborando, junto com meu time, para que mais e mais a cultura brasileira esteja presente e que os brasileiros continuem confiando no nosso trabalho”.

Golpes atingem usuários do Netflix

Um relatório da empresa de cybersegurança Kaspersky dá conta de um aumento nos golpes usando como isca a Netflix. Entre janeiro de 2019 e 8 de abril de 2020 foram detectadas mais de 22 mil tentativas de infecção que usavam o nome da empresa americana de streaming para atrair vítimas. Segundo o relatório, que ganhou o nome de The Streaming Wars: A Cybercriminal’s Perspective (A Guerra Streaming sob a Perspectiva dos Cibercriminosos), dos cinco programas originais de plataformas de vídeo sob demanda mais usados para ataques, quatro são da Netflix: The Stranger Things, The Witcher, Sex Education e Orange is the New Black.

A análise detectou que 5.577 usuários foram expostos a diferentes ameaças ao tentar acessar esse conteúdo. Mas as plataformas não têm culpa. Quem foi ameaçado tentou chegar aos conteúdos de forma não-oficial, ou seja, assistir sem pagar, expondo-se assim a outros que tentavam ser ainda mais espertos que eles. As ameaças encontradas pelos usuários que sofreram ataques foram ‘trojans’, aqueles programas maliciosos que permitem que os cibercriminosos façam de tudo, desde excluir e bloquear dados até atrapalhar o desempenho do computador. Para se proteger ao acessar plataformas de streaming ou conteúdos originais, os especialistas da Kaspersky recomendam, além do uso de antivírus, o acesso usando a própria assinatura paga pelo site ou aplicativo baixado de lojas oficiais; não baixar nenhuma versão não oficial ou modificada dos aplicativos dessas plataformas; e usar senhas fortes e diferentes para cada uma de suas contas.

Mais um golpe

Dessa vez, as vítimas são as pessoas que anunciam a venda de imóveis, carros ou itens pessoais em portais de comércio eletrônico. No golpe os bandidos se aproveitam justamente do medo crescente dos usuários de serem vítimas de crimes pela internet. Eles pegam o contato de Whatasapp colocado no anúncio e, através dele, conversam com as vítimas dizendo fazerem parte do time de antifraude do portal onde se colocou o produto à venda e que, por proteção, será necessário validar tudo através de um código enviado por SMS, o qual deverá ser confirmado.

Acontece que esse código que a vítima recebe e repete para o bandido inadvertidamente foi gerado pelo golpista em um outro dispositivo como parte do processo de liberação para acesso à conta de Whatsapp da vítima. Depois de conseguir o código, o bandido se apossa da conta e entra em contato com amigos e familiares pedindo transferências em dinheiro. Segundo Maurício Paranhos, diretor de operações da empresa de cibersegurança Apura S/A, a simples habilitação da “confirmação em duas etapas” no aplicativo de mensagens poderia evitar um golpe como esses. Ele lembra que a forma de agir no mundo digital deve ser sempre cautelosa, nunca clicando em links não solicitados por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens e, quando esse tipo de pedido chegar, o ideal é sempre entrar no site oficial da empresa relacionada e procurar a informação direto na fonte.

O especialista completa frisando que jamais deve-se fornecer códigos em SMS e que, mesmo com a verificação em duas etapas, deve-se evitar a aprovação de acessos externos, e arremata: “Proteger-se é essencial, mas detectar possíveis incidentes de forma ágil para uma rápida reação é primordial, portanto devemos sempre desconfiar de coisas mirabolantes, seja uma celebridade prometendo devolver dinheiro em dobro ou um amigo ou familiar pedindo ajuda financeira”.

Reflexões sobre o futuro

Nesta quinta, 23 de julho, e na sexta (24), sempre a partir das 17h, acontece o “Festival Oi Futuro”, com encontros de nomes brasileiros e estrangeiros para falar sobre inovação e tecnologia, trazendo novas visões do futuro a partir da perspectiva da inteligência artificial, da realidade virtual, da diversidade, da ética, da arte e da empatia. O festival é 100% online e gratuito, e as mesas e palestras serão transmitidas em tempo real nos canais do instituto Oi Futuro no YouTube. Os interessados podem se inscrever pelo site: https://oifuturo.org.br/festivaloifuturo/.