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Priscila Natividade
Publicado em 1 de julho de 2019 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Eles são visualmente atraentes, oferecem bons salários, prometem oportunidades em grandes empresas e quase sempre ofertam um grande número de vagas para diversos cargos. Mas como nem tudo que reluz é ouro, tenha cuidado, o anúncio pode ser um golpe. E esse tipo de fraude está cada vez mais comum. O laboratório especializado em segurança digital da PSafe, o Dfndr Lab detectou recentemente um novo golpe que oferta falsas vagas de emprego para roubar credenciais de acesso do Facebook. >
De acordo com a empresa que desenvolve aplicativos de segurança, de maio para cá o link do ataque afetou mais de 300 mil pessoas. Por hora são registrados 220 novos acessos à fraude. “É preciso ficar atento, sobretudo, se a suposta oferta menciona ‘vaga garantida’, quando solicita algum tipo de pagamento ou ação do usuário, como compartilhamento do link ou fornecimento de dados”, explica o diretor do Dfndr Lab, Emílio Simoni. >
Como funciona>
Se a oferta por boa demais, desconfie. A pedido do CORREIO, a PSafe levantou ainda os cinco últimos golpes que usavam as oportunidades de emprego como isca para roubar dados pessoais (veja abaixo). As plataformas mais usadas para disseminar links maliciosos são o Whatsapp e o Facebook e as características são muito parecidas: exigem o compartilhamento do link malicioso com os contatos das redes sociais. >
“Verifique se aquela oferta de emprego é verdadeira nos canais oficiais das marcas, em sites de emprego ou no Linkedin das empresas em questão. Além disso, é recomendável fazer de imediato a alteração das senhas de acesso e baixar um bom antivírus no celular”, acrescenta. >
Segurança>
Quando o golpe envolve informações pessoais a situação fica mais séria. Com as credenciais de um candidato que foi vítima de um golpe, o cibercrimonoso pode acessar o e-mail, redes sociais, lojas virtuais onde a vítima tem cadastro, por exemplo. Quem faz o alerta é diretor de inteligência cibernética do Grupo New Space, Thiago Bordini: “Toda e qualquer anormalidade no ambiente web é motivo para desconfiar. Aqui vale o alerta de conferir extratos, movimentações em conta e conteúdos postados”.>
O 4º Relatório Anual de Riscos e Fraudes no Cenário Cibernético da New Space apontou mais de 2 bilhões de credenciais mapeados em diversos canais, número 15% superior ao detectado no relatório anterior, quando mapeamos cerca de 1,7 bilhão.>
“A dica é sempre parar e refletir se de fato aquela oferta faz sentido. Um exemplo prático é o golpe que foi praticado com vagas de emprego no SAMU: o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é um serviço público, logo, como os demais desse tipo, exige a participação em um concurso cuja inscrição não acontece pelo Whatsapp”.>
Vagas virais>
Logo no início das operações do Grupo CCR no metrô de Salvador, a empresa foi vítima de anúncio falso que circulou por aplicativos de mensagens informando a disponibilidade de vagas para segurança do metrô. >
“Alguns currículos chegaram à portaria da sede da empresa, mas não aceitamos, visto que não é o nosso procedimento. Reforçamos que as vagas verdadeiras eram divulgadas somente pelos canais oficiais”, afirma a coordenadora da área de Gestão de Pessoas da CCR Metrô Bahia, Jaqueline Polotto.>
No caso da concessionária, o cadastro de currículo é feito somente no site como destaca a gestora. “É importante lembrar que todas as seleções são feitas a partir deste banco de currículos. A CCR não recebe currículos impressos ou por e-mail”.>
Os cargos operacionais estão entre os mais comuns nestes falsos anúncios, assim como aqueles para a alta liderança da empresa. Por isso, o ideal é sempre avaliar o benefício oferecido somado às demais informações da vaga, como orienta a assessora de Carreira da Catho, Carla Carvalho. “Uma descrição muito genérica ou que não condiz com o ramo de atividade podem ser pontos suspeitos que o candidatos deve redobrar a sua atenção”.>
Para o gerente do escritório da Page Group no Nordeste, Marcelo Botelho é mais importante ainda que o profissional não seja um disseminador das vagas ‘fake news’. >
“Há contextos em que não existe uma má intenção na divulgação da vaga. Estamos falando de informações que podem ser compartilhadas em aplicativos com muita rapidez e para um grande número de pessoas. Antes de compartilhar, verifique se a vaga é realmente verdadeira”, reforça o especialista. >
OS CINCO ÚLTIMOS CASOS DE 'GOLPE DO EMPREGO'>
Link com vagas O link do ataque, ativo desde o mês de maio, afetou mais de 300 mil pessoas. Por hora, são registrados 220 novos acessos à fraude. O golpe que promete uma oferta de emprego tem como objetivo roubar credenciais de acesso À página pessoal do Facebook. >
Sesc A promessa de vaga de emprego no Sesc roubava, na verdade, dados pessoais e induzia o usuário a instalar aplicativos maliciosos. Também levava o compartimento da mensagem com mais 10 contatos no WhatsApp. Foram registrados 123 mil acessos e compartilhamentos ao link. >
Unimed Um golpe muito parecido com o anterior, só que desta vez, a promessa de emprego era para a Unimed. O link malicioso rouba dados pessoais e também obriga o usuário a compartilhar a armadilha com mais 10 contatos do seu WhatsApp. Foram identificados 45 mil acessos e compartilhamentos. >
O Boticário O Boticário também já foi usado como isca por golpistas com promessa de vagas de empergo. Mais uma vez, os dados pessoais são roubados e a armadilha compartilha o link com 10 contatos no WhatsApp. Foram 30 mil acessos e compartilhamentos. >
Feirão de vagas de emprego O suposto feirão de vagas de emprego oferece vagas em diversas empresas. o link malicioso rouba dados pessoais e obriga o usuário a compartilhar a armadilha não só com os amigos, mas também nos grupos de WhatsApp. Foram 4 mil acessos. >
PARA FUGIR DOS GOLPES>
1. Desconfie de uma oferta muito boa Oportunidades fora do comum, salários altos e benefícios muito atrativos, fora do padrão ofertado no mercado podem ser uma boa isca neste tipo de golpe. >
2. Documentos pessoais via mensagem As empresas não costumam solicitar o envio de documentos como cópias de CPF, RG ou CNH como condição para participar de um processo seletivo. >
3. Cobrança de taxas Também não acredite em vagas ou recrutadores que solicitam pagamento de qualquer valor ou taxas para participação na seleção, idependendente de qual seja a empresa. >
4. Contratação imediata Quase sempre, também é uma cilada. Não existe aprovação em processos seletivos sem ao menos ter passado por alguma entrevista ou conversa inicial com a empresa.>
5. Sobre as vagas Observe outros aspectos como o direcionamento para uma página não confiável ou desconhecida, na internet e uma descrição muito genérica ou que não condiz com o ramo de atividade da empresa. Outra característica desses falsos anúncios são o alto número de vagas oferecidas. Eles podem ser pontos suspeitos aos quais o candidatos deve redobrar a sua atenção.>
6. Entrevistas em locais inapropriados Não compareça. Pesquise sempre antes o endereço informado pela empresa. >
7. Data de publicação Observe sempre a data de publicação e o prazo limite da vaga. Outra dica é entrar na página da empresa no Linkedin e confrontar se aquela vaga está presente lá. Faça a mesma verificação no site. Isso vai trazer uma credibilidade maior. >
8. Quem compartilhou a vaga? Muitos recrutadores costumam compartilhar vagas em grupos de RH. Outra orientação importante é verificar se esta vaga é, de fato, compartilhada por alguém que esteja ligado à empresa. >
9. Solicitação de compratilhamento Outro ponto que o profissional deve ficar em alerta. Se a mensagem exigir que o link seja compartilhado, provavalemnte é uma mensagem maliciosa. >
10. Antivírus atualizado Tenha fontes de proteção sempre ativas e atualizadas em todos dispositivos que contam com acesso à internet, principalmente o celular. Busque um antivírus que seja capaz de detectar e alertar quanto ao acesso a links maliciosos e páginas falsas. >