Vai ter Carnaval em Salvador em 2022? Veja tudo que sabemos sobre festa até agora

Confira todas as polêmicas que a festa gerou até então

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  • Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 18:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcio Costa e Silva/Arquivo CORREIO

Faltando exatos 3 meses para o início dos dias de Carnaval, previsto para o dia 25 de fevereiro, a da taxa de crescimento de +0,03% da Covid-19 na Bahia volta a preocupar autoridades, como o governador Rui Costa (PT). Apesar dos dados, a perspectiva de um aumento no número de vacinados animam o prefeito Bruno Reis (DEM).

Enquanto a data para a reunião entre os governantes não chega, artistas e outros integrantes do setor do entretenimento, e até mesmo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se posicionam contra ou a favor do acontecimento da folia.

Enquanto as especulações tomam conta das ruas da cidade, entretanto, artistas e donos de trio elétrico já estão buscando alternativas fora da Bahia. Resta aguardamos a "data-limite", expressão usada pelo prefeito para designar o final de novembro, quando haveria a reunião entre as autoridades e a definição sobre a folia.

O CORREIO fez uma reunião do que já foi dito sobre a realização no ano que vem da maior festa de rua do mundo.

Câmara defende evento

As discussões sobre a realização do Carnaval de 2022 em Salvador tiveram início ainda no mês de outubro, quando o prefeito Bruno Reis afirmou que iria aguardar o balanço de outubro do cenário da covid-19 na capital para avaliar a possibilidade da realização de festas. 

Já no dia 19, então, a Comissão da Câmara Municipal de Salvador defendeu a realização do evento, em audiência pública. Desde então, a Comissão tem pressionado para uma decisão por parte dos governantes, com o vereador Carlos Tinoco chegando a criticar o governador Rui Costa, por dizer que não vai aceitar "ultimatos" de empresários do setor nem de ninguém sobre a realização do Carnaval do ano que vem, após pressão da Comissão."Ele precisa tomar uma decisão e cabe a ele tomar ou não. Se não tomar até segunda, para mim, é o cancelamento tácito do Carnaval de 2022", disse Tinoco.Por sinal, a mesma comissão preparou um texto, à época, indicando aos gestores que o Carnaval seria de forma reduzida.

Pelo texto, não haveria Fuzuê, Furdunço ou Pipoco: a festa terá, no máximo, sete dias, e não 10, como oficialmente acontece. Para entrar na folia, seria preciso apresentar o comprovante de vacinação com as duas doses da vacina contra o novo coronavírus, que seriam conferidos por meio de acessos e portões de controle, com a ajuda da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). A entrada de turistas nos portos e aeroportos seria controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os parlamentares ainda defenderam zero limitação de público, para os espaços que vendem ingressos - mínimo de cinco mil pessoas ou lotação máxima.

Eventos sem autorização não terão PM

Entretanto, no último dia 18, o governador Rui Costa afirmou que eventos que aconteçam sem liberação prevista no decreto em vigor no estado não terão apoio da Polícia Militar para segurança.

E recentemente, quem também assumiu posição crítica ao Carnaval foi a empresária e esposa do artista Gilberto Gil, Flora Gil. Ela decidiu que não haverá o Expresso 2222, mesmo que aconteça o Carnaval.

Protesto pede realização do Carnaval

Mas em resposta às repetidas negativas de Rui, membros do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) e da Associação dos Profissionais de Evento (APE), além de vendedores ambulantes, mototaxistas, cordeiros, e baianas de acarajé se reuniram em manifestação para pedir que uma decisão sobre a realização da festa seja anunciada o mais breve possível. Na ocasião, no dia 21, grupo também clamou para que a população se vacine.

É também o que tem pedido o prefeito Bruno Reis, já que o pré-requisito para o início da discussão sobre a realização do evento é, segundo a Fiocruz-Ba, uma taxa de vacinação completa de 90% dentre os soteropolitanos.

"Nós estamos perto desses percentuais, se essa é a recomendação da Fiocruz, se tem essa segurança da Fiocruz, é uma sinalização muito positiva para realização do Carnaval. Já passamos da casa de 80% da população-alvo com a segunda dose e 15% da dose de reforço. Esse documento da Fiocruz acaba dando uma segurança para a tomada dessa decisão", disse o prefeito nesta quarta (24).

A instituição afirmou, ainda, que “tudo dependerá do cenário no período que antecede o carnaval, a partir de janeiro”, o que impede afirmativas categóricas sobre o planejamento de um evento de dimensão do Carnaval.

Passaporte da vacina

Reis, por sua vez, não descartou ter que impor passaporte da vacina em Salvador em algumas situações, mas isso dependerá do avanço da imunização na cidade. "A partir do momento que começarem a terem doses sem serem aplicadas e existem buracos de vacina, eu não descarto adotar medidas para induzir a vacinação esse ano".

No mais recente capítulo do estica e puxa, quem criticou a realização da festa foi o presidente Jair Bolsonaro. Para justificar seu posicionamento, o chefe do Executivo nacional afirmou que a realização da festa em 2020 ajudou na proliferação do coronavírus.

"Por mim não teria. Em 2020, quando pouco se sabia sobre o vírus, eu declarei estado de emergência enquanto prefeitos e governadores decidiram fazer o Carnaval e o resultado foi 600 mil mortes. Mas a realização em 2022 é de competência dos prefeitos e governadores. Eles que decidem", disse em entrevista à Rádio Sociedade na manhã desta quinta-feira (25).

Por fim, mesmo que o Carnaval de rua não aconteça, alguns eventos de grande porte com os clássicos artistas dos trios já estão programados para acontecerem. O Centro de Convenções, na orla da Boca do Rio, receberá mais de 10 atrações do Axé e do Pop, de quinta a terça-feira de Carnaval.