Valor dos ventos globais e locais

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 25 de julho de 2022 às 15:18

- Atualizado há um ano

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(Foto: Divulgação) A indústria eólica global teve seu segundo melhor ano em meio à pandemia, mas as novas instalações ainda devem quadruplicar até o final da década. Globalmente a indústria eólica teve seu segundo melhor ano em 2021, com quase 94 GW de capacidade adicionada, ficando atrás do crescimento recorde de 2020 em apenas 1,8%.

Hoje a capacidade total global de energia eólica é de até 837 GW, evitando mais de 1,2 bilhão de toneladas de CO2 anualmente – o equivalente às emissões anuais de carbono da América do Sul. Espera-se que 557 GW de nova capacidade sejam adicionados nos próximos cinco anos, são mais de 110 GW de novas instalações a cada ano até 2026, atendendo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 7), garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.

As atividades de leilão de energia eólica se recuperaram em 2021, com mais de 88 GW de capacidade eólica concedidos globalmente, 153% a mais do que em 2020. Europa, América Latina e África e Oriente Médio tiveram anos recordes para novas instalações terrestres, mas o total de instalações eólicas terrestres em 2021 ainda foi 18% menor do que no ano anterior.

O declínio foi impulsionado principalmente pela desaceleração do crescimento eólico onshore nos dois maiores mercados de energia eólica do mundo, China e EUA. 21,1 GW de capacidade eólica offshore em todo o mundo foram adicionadas no ano passado, três vezes mais do que em 2020, tornando 2021 o melhor ano da história eólica offshore, elevando sua participação de mercado em novas instalações globais para 22,5% em 2021.

A China, sozinha, adicionou 80% da capacidade eólica offshore global em 2021, elevando suas instalações eólicas offshore acumuladas para 27,7 GW, um nível de crescimento surpreendente diante da Europa que demorou três décadas trazer sua capacidade eólica offshore total para este nível.

Brasil O início da energia eólica no Brasil se deu em 1992 com a operação do aerogerador de 225 kW, no arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro na América do Sul. Hoje, com mais de 1.500 GW de potencial em eólicas onshore e offshore, o país ocupa o sexto lugar no Ranking Global de Capacidade Instalada onshore.  

No ano passado, 21,1% de toda a geração injetada no Sistema Integrado Nacional (SIN) veio de eólicas. 80% dos parques eólicos estão na região nordeste, sendo o Rio Grande do Norte e a Bahia os maiores estados produtores. Um total de 72,2 TWh de energia eólica foram gerados em 2021, com 1,29% de crescimento em relação à geração eólica de 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) que congrega mais de 100 empresas de toda a cadeia produtiva do setor.

Na média mensal, 36,2 milhões de residências podem ser abastecidas por eólicas, com 108 de habitantes beneficiados e 20% do país abastecido por eólicas em momentos de pico durante a “Safra dos Ventos”, o que acontece anualmente entre os meses de agosto e setembro. Em 2021, 34,4 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas.

Com US$ 42,3 bilhões investidos no setor de 2010 a 2021, e 11 postos de trabalho criados por cada megawatt instalado, o Brasil tem hoje 21,7 GW de capacidade instalada, com 795 parques eólicos e mais de 9.000 aerogeradores em operação, em 12 estados, a transição para fontes de energia renováveis entra na pauta das empresas, mostrando que a agenda ESG e os ODS/ONU estão criando uma coalização social para impulsionar investimentos.

Bahia A Bahia lidera a geração nacional de energia eólica com 32,16% da produção, em 227 parques eólicos em operação e 5,9 GW de potência instalada, distribuída em 22 municípios, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Investimentos de R$ 23 bilhões geraram mais de 89 mil empregos na fase de construção em toda cadeia produtiva nos municípios de Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Iraquara, Licínio de Almeida, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Pindaí, Sento Sé, Sobradinho, Souto Soares, Umburanas, Várzea Nova e Xique-Xique.

Outros 176 parques, em construção ou previstos, com capacidade instalada adicional de 5,8 GW, preveem investimentos da ordem de R$ 24 bilhões, gerando mais 89 mil empregos na construção em toda cadeia produtiva. 

Eduardo Athayde é diretor da Rede Global WWI no Brasil. [email protected]