Vento forte apagou tocha que acendeu a pira do Dois de Julho

Cerimônia oscilou entre sol e chuva do começo ao fim

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  • Gil Santos

Publicado em 2 de julho de 2021 às 14:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

A chuva bem que tentou atrapalhar a cerimônia do Dois de Julho, em Salvador, até a tocha que os profissionais de saúde carregaram para acender a pira apagou. E o mau tempo persistiu durante todo o evento num chove e para interminável. Poucas pessoas se arriscaram a sair de casa, mas teve gente que marcou presença, fosse pela importância histórica do desfile, fosse para fazer uma self.

A pequena Maria Antônia, 5 anos, foi vestida de índia. A mãe dela, Nira Cabral, contou que foi a menina quem ficou mais empolgada. “Ela vem desde que que pequeninha, eu sempre trago porque a gente mora aqui perto, então, ela já está acostumada. É importante porque a gente transmite os ensinamentos de geração para geração”, disse. Maria Antônia, 5, disse estar feliz (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Antes das 8h já havia algumas pessoas aguardando na grade de contenção do evento. Muitas, prevenidas, levaram sombrinhas. A maioria foi apenas assistir à cerimônia e disse ser morador da região, mas houve um grupo que também aproveitou para protestar contra o presidente da República, Jair Bolsonaro.  

A parte oficial, marcada para 8h, começou com atraso e teve um fato inusitado. O vento apagou a tocha que os profissionais de saúde usaram para acender a Pira do Fogo Simbólico. O enfermeiro Helder Martins, 31, e a técnica em enfermagem Arlene dos Santos, 49, trabalham em Unidades Básicas de Saúde de Salvador e estavam representando os profissionais de saúde que atuam na linha de frente da guerra à covid-19. Eles posavam para fotos quando a chama precisou ser acesa novamente.

A pira, por sua vez, ardeu forte e indiferente ao mau tempo. Normalmente ela fica no Campo Grande, mas, desta vez, foi levada para a Lapinha para simbolizar a Chama da Esperança em dias melhores. Pira permaneceu acesa apesar do mau tempo (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Depois do hasteamento das bandeiras e da deposição de flores no busto do general Pedro Labatut, o governador Rui Costa e o prefeito Bruno Reis encerraram o evento, as grades de contenção foram retiradas e o povo pode se aproximar dos carros dos caboclos que, como no ano passado, ficaram posicionados na porta do barracão. As imagens estavam vestidas de verde para simbolizar a esperança.

A aposentada Maria Evangelista, 71 anos, aproveitou para agradecer. “Passamos por tanta coisa no último ano, principalmente com a pandemia, então, vim agradecer por estar viva e por não ter perdido ninguém da minha família para essa doença”, disse. Ela contou que está vacinada. Carros ficaram expostos para visitação após a cerimônia (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) O movimento de pessoas visitando os caboclos foi tímido, como no ano passado, e bem diferente da época sem pandemia em que uma multidão se acotovelava para tentar se aproximar das duas imagens. O Município está planejando uma reforma para o barracão. A intenção é transformar o local em um memorial e deixar tudo pronto até o bicentenário da independência, no ano que vem. 

O evento terminou da maneira que começou, embaixo de chuva. A previsão é de que o mau tempo persista até o fim de semana.