Verão sem mosquito: começa operação para combater o Aedes aegypti

Em Salvador, 10.080 casos de dengue foram registrados no último ano

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  • Eduardo Dias

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 15:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Eduardo Dias/CORREIO

Na semana dos festejos dedicados ao Senhor do Bonfim, na Cidade Baixa, cerca de 100 agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) iniciaram a operação ‘Verão Sem Mosquito’, plano montado para combater e eliminar focos de transmissão para arboviroses: doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika vírus, chikungunya e febre amarela.

Durante a manhã desta segunda (13), equipes técnicas do CCZ se espalharam pela Cidade Baixa para intensificar as ações de contingência nas localidades que fazem parte do cortejo da tradicional festa do Senhor do Bonfim, como a Avenida Contorno e a baixa do Bonfim. Nesta quinta acontecerá a tradicional Lavagem do Bonfim, que no ano passado atraiu 2 milhões de visitantes.

Os agentes realizaram limpeza e aplicação de larvicidas em bueiros e locais onde havia água parada. Realizaram ainda um tratamento focal, que é a aplicação de inseticida nas partes interna e externa dos depósitos, e o tratamento perifical, com aplicação de pulverização dos locais onde foi aplicado o tratamento anterior. Agentes da CCZ fazem aplciação de larvicida  (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) De acordo com a subcoordenadora de ações e controle das arboviroses, Isolina Miguez, a ação faz parte da preparação para a chegada das festividades do Bonfim, onde haverá um fluxo intenso de pessoas durante o festejo.

“As inspeções foram iniciadas para preparação da Festa do Bonfim, onde vai haver muita gente na Cidade Baixa. Colocamos equipes na Contorno e no Bonfim para fazer as atividades de combate do mosquito ainda em seu primeiro estágio”, disse.

Casos Segundo a SMS, em 2019 foram registrados 10.080 casos de dengue, 3.641 de Chikungunya e 868 de Zika vírus em Salvador. Em comparação com o ano de 2018, os números cresceram assustadoramente: 843 casos de dengue, 158 de Chikungunya e 138 de Zika vírus.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), realizou um monitoramento dos casos das arboviroses na Bahia até a semana epidemiológica 51 de 2019.

O monitoramento apontou que, entre dezembro de 2018 a dezembro de 2019, foram notificados 67.453 casos como prováveis de dengue, sendo 88 deles tendo mortes confirmadas pela doença, 37 suspeitas de óbitos descartados e 20 outros casos permanecem em investigação. No mesmo período de 2018, foram notificados 9.553 casos prováveis, o que representa um aumento de 606%. O levantamento foi feito em 389 municípios da Bahia. (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) No mesmo período, o levantamento trouxe também os números de Chikungunya no estado, onde foram notificados 10.418 casos prováveis da doença. Em comparação com o ano anterior, que apresentava 4.368 casos prováveis, o aumento foi de 138,5%. A pesquisa foi feita em 214 municípios e 8 óbitos pela doença foram registrados e outros 4 permanecem em investigação.

Já em relação à Zika, foram notificados 3.251 casos no estado. Em 2018, apenas 1450 casos prováveis tinham sido registrados, representando um aumento de 124,2% - 188 municípios registraram notificações e apenas 1 óbito, em investigação, foi constatado.

* Sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro