Virginia Rodrigues em ótima companhia

Cantora baiana grava compositoras do Brasil, Angola, Portugal, Moçambique e Cabo Verde no álbum Cada Voz é uma Mulher

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  • Ana Pereira

Publicado em 14 de julho de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pico Garcez/divulgação

São dez vozes femininas. A da cantora Vingínia Rodrigues, que combina força e delicada com maestria, e a de nove poetas de diferentes lugares e gerações: em comum entre elas, além das feminilidades, tem o português costurado com diferentes sotaques. 

Em seu sexto álbum, Cada Voz é Uma Mulher (Natura Musical), a cantora baiana gravou apenas mulheres. Por telefone de São Paulo, Virgínia contou que depois de seu último álbum, Mama Kalunga (2015), não sabia ao certo que canções gravar, já que não compõe.

 Acertadamente, ela aceitou a sugestão do cantor Tiganá Santana - que assina a direção artística e divide a produção do álbum com o também baiano Leonardo Mendes - de gravar apenas compositoras. Assim, foi costurando o time enxuto e certeiro. “Acho que conseguimos falar do mistério de ser mulher, da sensibilidade, mas também da força feminina”, diz Virginia sobre o trabalho, já disponível no site www.natura.com.br.  

A cantora Luedji Luna é uma das autoras gravadas por Virginia Rodrigues em Cada Voz é uma Mulher (Foto: Divulgação) A seleção inclui a angolana Aline Frazão, a caboverdiana Mayra Andrade, a portuguesa Sara Tavares, a moçambicana Lenna Bahule, as paulistas Alzira Ê e Iara Rennó e a conterrânea Luedji Luna. E ainda traz uma canção da escritora mineira Carolina Maria de Jesus (1914- 1977), Vedete da Favela, que virou um sambinha numa levada com a marca do Recôncavo.

O álbum conta com as participações de Mayra Andrade  (em Stória Stória) e Lena Bahule (em Yimbelelani). Nesta última, Vírginia entra apenas com um vocalize, mostrando por que colheu muitos elogios quando surgiu em 1997 com o álbum Sol Negro. 

De Luedji, de quem gravou a bela Asas, Virginia diz que foi amor à primeira audição. “Quem  me falou sobre ela foi Tiganá. Fui a um show em Salvador e assim que a ouvi cantando Asas me apaixonei”, conta.

 A sonoridade acústica do álbum - com destaque para os violões e a percussão - fica por conta do quarteto Leonardo Mendes (violão), Cauê Silva (percussão), João Taubkin (contrabaixo) e Joana Queiroz (clarinete e clarone), mesmo time que estará com Virgínia no dia 2 de agosto na Casa do Comércio, para o lançamento de Cada Voz é uma Mulher em Salvador.  Antes, ela lança o trabalho para os paulistas, no próximo sábado (20), no Teatro Ibirapuera. No mesmo dia, será lançado o álbum físico. 

Parece mentira, mas tem dez anos que Virgínia não faz um show solo na Bahia. Ela conta que fez participações esporádicas, mas os seus projetos mesmos não conseguiu trazer.. Sem procurar culpados, ela quer apenas tocar o barco e avisa que os ingressos para a apresentação única já estão à venda (R$ 80 | R$ 40). Fica a dica.

Ouça também  Carminho - Grande voz do fado e uma das artistas portuguesas com maior projeção internacional, Carminho lança Maria (Warner Music, R$ 39,90), seu quinto álbum. Com produção assinada pr ela mesma, este é o trabalho mais autoral da artista, que assina seis das doze canções do  conjunto, que mais uma vez traz um sopro de modernidade ao fado.     Joyce - Aos 70 anos, a cantora Joyce regravou todas as canções de seu primeiro LP, lançado com apenas 20 anos. No trabalho, ela se apresentou como compositora e gravou canções de compositores como Marcos Valle, Ruy Guerra, Paulinho da Viola, Jards Macalé e Caetano Veloso. Batizado de 50, o álbum agora sai pela Biscoito Fino (R$ 36).  Fabiana Cozza - A  cantora presta uma bela homenagem a Dona Ivone Lara, que morreu no ano passado, no  álbum Canto da Noite na Boca do Vento. Fabiana  regravou 14 canções assinadas pela dama do samba com alguns de seus grandes parceiros de jornada. Destaques para as presenças de Maria Bethânia em Alguém me Avisou, e Péricles em Adeus Timidez. Biscoito Fino (R$ 34,50).