Vitória, Bahia e outros em obscura liça

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  • Paulo Leandro

Publicado em 5 de maio de 2021 às 05:25

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VITÓRIA – Honestidade-pilhagem; competência-inépcia; dignidade-descaro. Da guerra, vem aurora, pares de opostos parindo agoras-futuros em devir incessante, cada segundo já foi, subindo a plaquinha eterna.

CANCÃO – Interior-capital; emergente-tradicional; Juazeiro-Salvador. Seria a Etiópia do Vale o renascer do torneio, para alguns um grande campeonato, um Baianão, ou poderia superar a copa do mundo, conservando fórmula de um turno apenas? Garrincha, desapontado: “não tem returno”?

BAHIA – Principal-transição; líder-vice-líder; favorito-azarão. Terá o Bahia, a força para vencer o Ceará Sporting por 2x0 ou 1x0 e levar pros pênaltis? Sim, seguindo rastro iniciado em 32, quando o Bahia perdia por um córner para o Ypiranga, e Rubem marcou o gol do título no Torneio Início. Em 45, Zé Hugo fez três no segundo tempo e empatou com o Galícia em 4x4, pela finalíssima da cidade. 76: Vitória tinha duas fases e a mão na taça, mas Beijoca disse “é nossa!”. Raudinei, 94! E tantas e tantas provas da existência do deus tricolor! Repito: Terá o Bahia, a força para vencer o Ceará Sporting por 2x0 ou 1x0 e levar pros pênaltis? Não, exceto se combinar com o adversário...

VOZÃO – Velho-novo; sabedoria-ignorância; doença-saúde. Cabe ao Ceará Sporting a Graça de cultuar os idosos, aqueles para os quais o devir está no fim mas chegar até lá cumpre o desígnio das moiras, viver 100 anos sim!

COVID – Vida-morte; vacina-aglomeração; verdade-hipocrisia. Exigem os deuses trocar o comovente minuto de silêncio pela materialidade de uma vacinação, Jah, para todos os jogadores! A estupidez dos canibais convoca Koalémos, Lissa, Mania e Anoia: permite desgastar o próprio produto, vendido em persuasivo ardor pelos donos da voz e da pena. Sabe-se a vida nada valer diante do lucro, mas pode o lucro vingar sem a vida? Jogadores doentes, estádios mal-assombrados! Senão pela saúde coletiva, ao menos, por amor ao deus Dinheiro, vamos vacinar os jogadores!

DINEI – Ídolo-carrasco; 7x3-1x2; amor-desamor: quis a décima musa assoprar aos ouvidos de Dinei como ferir de morte o outrora senhor. Preferiu o goleador evitar abraços ao virar para 2x1 pelo Sport Jacuipense no templo erguido ao deus leão. Produtores de conteúdo sofrem amnésia seletiva, lembrando tantas e tantas passagens alegres de Dinei, exceto aquela... justo aquela inesquecível: fez quatro golaços no 7x3, eternizado em temporalidade afetiva por todos, uns por alegria; muitos outros pela tristeza sublimada. Sejamos honestos!

JAEL – Heroe-vilão; pró-contra; amigo-desamigo: quis a décima musa assoprar aos ouvidos de Jael como bater falta; a bola quica no lombo de res extensa Oscar Ruiz e ganha rumo próprio, sem chance para Matheus Teixeira. Narraria assim mix de Waldir Amaral/Jorge Cury: “Lá vai Jael, ajeitou, bateu... é gol... Gooool! Jael, camisa número 9! Indivíduo competente, esse Jael! Eram decorridos... 48 minutos do segundo tempo! Agora, Ceará 1, Bahia zero! Mário Vianna: Gol Legal! Cadê o eco? Gol Legal!” E então, Jael fez pirâmide com seus novos bons amigos, diante de quem já-não-é.

Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade.