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Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
A formação do elenco do Vitória em 2019 ilustra um novo momento do clube. Após quase ser rebaixado em 2016 e 2017 e de fato cair em 2018, as lideranças e referências técnicas do time foram embora da Toca do Leão.
O primeiro a sair foi Fernando Miguel, ainda no início do Brasileirão; depois Kanu, ambos no ano passado. Na virada para a atual temporada, Neilton seguiu emprestado para o Inter e Willian Farias, que havia sido liberado para procurar outro clube, “caiu pra cima” e assinou com o São Paulo. No caso dos dois últimos, o salário fora dos padrões da Série B pesou para a saída, mas não só isso. O atacante, embora artilheiro do Leão em 2018, terminou o ano em baixa depois de um segundo semestre apagado. O volante, marcado por lesões e reserva em seus últimos dias, também já não gozava do mesmo prestígio de anos anteriores.
É possível analisar essa renovação como uma tentativa, por parte da diretoria, de oxigenar o ambiente e tirar a pecha de derrotado que acabou ficando no elenco após uma temporada tão traumática. Além do rebaixamento, o 2018 rubro-negro foi marcado pelo W.O no primeiro Ba-Vi do ano; pela eliminação para o Sampaio Corrêa com uma derrota por 3x0 recheada de falhas de Caíque no jogo de ida; e por contratações que fizeram o time piorar ao longo do ano.
Obviamente, o fracasso do Vitória não foi culpa somente dos jogadores citados, nem eles tiveram uma parcela maior que os outros. Mas devido ao protagonismo que tinham no conjunto, é natural que acabem mais marcados que os demais. É assim para o bem e, também, para o mal.
Seguir outro caminho pode ser benéfico para as duas partes - clube e atletas. É o fechamento de um ciclo para que outro se abra. E apesar das agruras estarem frescas no imaginário, a memória tem que ser longa o suficiente para dedicar respeito a quem honrou a instituição e deu a cara a tapa nos momentos mais difíceis, nas derrotas mais dolorosas. É por essa postura que Fernando Miguel e Willian Farias se tornaram lideranças e foram capitães do time.
Agora é hora de olhar para frente e formar ou descobrir novas lideranças. Quem será o referencial moral da equipe, o exemplo de comprometimento, o porta-voz do grupo após uma derrota inesperada e doída? Aos 34 anos, com currículo vencedor e histórico de disciplina, o zagueiro Edcarlos desponta naturalmente como candidato ao posto. E é salutar que haja mais de um líder, ainda que sem a braçadeira. Nesse período de pré-temporada, está aí uma tarefa para Marcelo Chamusca: identificar possíveis líderes no jovem grupo rubro-negro. Eles serão fundamentais nos próximos meses.
Bahia O Bahia não se desfez das suas lideranças, mas são dignas de registros as saídas de Edigar Junio e Zé Rafael. Os dois foram protagonistas em campo deste momento de recente reconstrução do clube e conquistaram o respeito de torcida e crítica com dedicação e gols importantes. Ambos saem do Bahia muito maiores como jogadores do que eram quando chegaram e deixam o tricolor também em um patamar maior do que era há dois ou três anos.
Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.