Wagner usa Isidório como isca, as queixas de ingratidão de Rui Costa e o discurso do governador

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  • Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 11:55

- Atualizado há um ano

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Moeda de troca   O senador Jaques Wagner (PT) tem utilizado o deputado federal Pastor Sargento Isidório como moeda de troca para atrair partidos para o lado governista. Pelo que se comenta nos bastidores, o cacique petista já prometeu a filiação do icônico deputado para quatro partidos diferentes: Avante (ao qual Isidório está hoje filiado), Solidariedade, MDB e PDT. Como Isidório costuma ser puxador de votos (foi disparado o mais votado em 2018), Wagner vê no parlamentar um atrativo para conquistar apoio. O risco é agradar a um partido e desagradar a três.  (Foto: Divulgação) Ingratidão  O senador Jaques Wagner tem reclamado cada vez mais da frieza do governador Rui Costa (PT). A pessoas próximas, Wagner diz que o governador pouco tem se empenhado na campanha. A falta de aval político de Rui enfraquece as negociações que Wagner vem tentando conduzir, segundo aliados do senador. Muitos desconfiam que Rui não vai cumprir as promessas do aliado - até porque, garantem, há precedentes para isso. O mal-estar entre os dois cresce a cada dia. Ingrato é uma palavra muito ouvida por interlocutores de Wagner sobre Rui. 

Janeiro de que ano?  Depois que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto lançou sua pré-candidatura a governador, Jaques Wagner fez chacota e disse que não valia de nada, pois candidatura tem de ser com "chapa completa, de martelo batido". O senador petista prometeu para janeiro a chapa completa, mas já entrou o mês de fevereiro e até agora nem sinal dos nomes que vão para a disputa do lado governista. Nos bastidores, corre a informação de que a briga entre os aliados só faz azedar o clima. O senador Otto Alencar (PSD) e o vice-governador João Leão (PP) pressionam cada vez mais pela vaga do Senado. Otto quer ir para a reeleição, mas Leão também está de olho no posto, já que não pode concorrer novamente a vice-governador. As apostas são que o imbróglio não seja resolvido antes de abril.  

De camarote  Por outro lado, ACM Neto diz que quem tem de ter pressa para anunciar chapa é o governo. O ex-prefeito da capital tem comentado com aliados que a oposição vai continuar com toda a cautela do mundo, aguardando as definições do PT. Só depois vai se movimentar para valer. A ordem, dizem fontes próximas a Neto, é assistir de camarote a briga dos adversários.

Vira-casaca  A mensagem do governador Rui Costa (PT) na reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa causou surpresas e reações negativas, tanto de oposicionistas quanto de governistas. Numa primeira análise, parlamentares que ouviram atentamente o discurso se surpreenderam com as “tentativas de aproximação de Rui com Lula e o PT”. Eles dizem que, em 2018, Rui tentou de todas as formas se distanciar do PT e de Lula, que na época estava preso. Além disso, chegou a defender que o PT deveria “virar a página” do impeachment da ex-presidente Dilma. No discurso desta semana, chamou o processo de golpe. Quem te viu, quem te vê, Rui! 

Medo do desemprego?  A análise posterior é que Rui, com a liderança folgada de Lula nas pesquisas, tenta fazer a média com o petista de olho em um eventual governo do ex-presidente a partir do próximo ano. “No auge do antipetismo, Rui, estrategicamente, se distanciou das pautas petistas e do próprio Lula, mas agora tem tentado voltar. E a mensagem deixou isso claro”, analisa um cacique da base.  

Problemas crônicos  A insatisfação ficou por conta dos temas que são considerados os principais pontos frágeis do governo: educação e segurança. Um deputado aliado ao PT diz que a base é cobrada por melhorias nas duas áreas. “Os deputados são cobrados por lideranças, prefeitos, vereadores, que pedem por exemplo mais viaturas, mais contingente policial, reabertura de delegacias, reforma de escolas. Mas, nos últimos anos, muito pouco foi atendido, o que causa insatisfação”, revelou.  

Na conta de quem?  Na educação, outro integrante da base diz que prefeitos ajudam a manter o funcionamento de escolas estaduais, bancando inclusive o transporte escolar, que muitas vezes não tem ajuda do governo. “O governo já atrasou por meses o repasse do transporte escolar. Há casos de prefeitos que ajudam até na manutenção das escolas estaduais. Agora Rui fala de novas obras, sendo que deixou a rede escolar abandonada desde que chegou ao governo”, reclamou, sob anonimato, outro parlamentar.  

Combustível para a oposição  Publicamente, a oposição rasgou o verbo contra Rui e chamou de “obras eleitoreiras” as intervenções anunciadas pelo governador em sua mensagem ao Legislativo. A bancada oposicionista, inclusive, decidiu não participar da sessão presencial em protesto contra Rui, que, segundo o líder Sandro Régis, tem repetido promessas e desrespeitado o Parlamento.  

Na base da força  O secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), tem sido alvo de críticas por suas práticas “nada republicanas”, como disse um prefeito ouvido pela coluna. A questão é que, desde a chegada de Caetano ao governo, as coerções do governo contra prefeitos foram potencializadas. “Agora eles estão pressionando os prefeitos por apoio com ameaças, dizendo que vão fazer cortes e nem conversam com quem é oposição. É uma perseguição absurda”, disse o prefeito, sob anonimato. “Teve prefeito da oposição que foi pedir ajuda para manter um hospital municipal e ouviu do governo que, se não tinha dinheiro para manter, que fechasse a unidade”, contou um deputado oposicionista. 

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