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Até onde vai a briga de Lula com o Congresso?

Suprema Corte tenta acabar com cabo de guerra e marca audiência de conciliação com os poderes

  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 5 de julho de 2025 às 05:00

Lula, Alexandre de Moraes e Hugo Motta
Lula, Alexandre de Moraes e Hugo Motta Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Victor Piemonte/STF | Mário Agra/Câmara dos Deputados

Com as despesas subindo rapidamente e já batendo no pescoço, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acuado pelo risco de afogamento fiscal, tenta se agarrar a uma boia política de salvação: empurrar para o Congresso Nacional - já bastante queimado diante da opinião pública por outros fatos - a culpa pelo desequilíbrio das contas públicas e carimbar os parlamentares como defensores dos ricos e insensíveis aos pobres.

Aliados de Lula inundaram as redes sociais nos últimos dias com vídeos e memes produzidos por Inteligência Artificial, numa tentativa de reforçar o discurso de que a resistência dos deputados federais em taxar os mais ricos acaba penalizando os mais pobres.

Analistas políticos, em sua grande maioria, não têm dúvida. Para eles, o chefe do Palácio do Planalto enfrenta uma onda de impopularidade e quer surfar na onda do antagonismo social. O problema, segundo especialistas, é que o clima tende a se acirrar entre o Executivo e o Legislativo, o que travará a agenda do país.

A decisão de Lula de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do aumento do IOF desagradou os congressistas, que enxergaram na iniciativa uma contestação direta à autoridade do Legislativo.

Para o jornalista Hélio Schwartsman, trata-se apenas de uma escalada retórica de Lula para se reposicionar melhor nas negociações com o Congresso. Ele lembra que presidentes da República que confrontaram o Legislativo, como Fernando Collor e Dilma Rousseff (PT), acabaram derrotados pelos parlamentares. “Se a radicalização agora esboçada não se materializar em maior popularidade, o governo terá se fragilizado ainda mais diante de um Parlamento ansioso para livrar-se de Lula”, alertou.

Nesta sexta-feira (4), Lula deu um passo atrás no confronto com os congressistas. Em um evento da Petrobras, o petista declarou que era grato ao Parlamento. “Até agora, eles aprovaram 90% das coisas que mandamos. No governo de ninguém se aprovou tanta coisa. Sou grato ao Congresso”, afirmou ele.

Na tentativa de acabar com o cabo de guerra entre o Executivo e o Legislativo, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, também, nesta sexta, suspendeu os decretos relacionados ao IOF - tanto as normas editadas por Lula quanto o decreto aprovado pelo Congresso. Além disso, marcou uma audiência de conciliação para o próximo dia 15, às 15h, na sala de audiências do STF. O objetivo é buscar uma saída negociada para a crise em torno da elevação das alíquotas do imposto.

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) celebrou a determinação de Moraes. Para ele, a decisão do ministro está em “sintonia com o desejo da maioria do plenário da Câmara dos Deputados e da sociedade”.

“Continuamos abertos ao diálogo institucional, com respeito e serenidade, sempre em busca do equilíbrio das contas públicas e do crescimento sustentável da economia”, acrescentou.

Diante dos frequentes conflitos entre o governo e os parlamentares nos últimos meses, é difícil prever se haverá consenso entre as partes. No entanto, a jornalista e comentarista política Dora Kramer avalia que, apesar do clima bélico entre os poderes, não há risco de ruptura neste momento -como ocorreu em governos anteriores -, já que nenhum dos lados teria algo a ganhar com isso agora.

“O mais provável é que daqui até o início da fase de definições, no início de 2026, sigam governo e oposição, direita e esquerda, em ritmo de morde e assopra. Atualmente a batalha se dá no Congresso, mais adiante a luta ocorrerá fora dele”, analisou.

*Com agências