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Elaine Sanoli
Publicado em 2 de julho de 2025 às 21:43
Ainda na noite da terça-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou em Salvador para sua quarta participação consecutiva no tradicional cortejo do 2 de Julho. O petista chegou à capital baiana em meio a uma crise de popularidade, com a queda da aprovação de sua gestão desde janeiro deste ano. >
Segundo dados da última pesquisa da Genial/Quaest, publicada no dia 4 de junho, Lula chegou a 40% de aprovação, o percentual mais baixo desde o início do seu governo, em janeiro de 2023. A reprovação da terceira gestão de Lula atingiu 57%. Só na Bahia, a aprovação do chefe do Palácio do Planalto chegou a cair 19 pontos percentuais, conforme levantamento feito pelo mesmo instituto entre os dias 19 e 23 de fevereiro. >
Durante o desfile da Independência da Bahia, Lula esteve acompanhado por ministros e aliados políticos, além da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja. Eram cerca de 10h quando o chefe do Palácio do Planalto, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Margareth Menezes (Cultura), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o senador Jaques Wagner (PT) e outros aliados deixaram a Igreja e Convento Nossa Senhora da Soledade para acompanhar o cortejo.>
No carro aberto, Lula levantou um cartaz com críticas de professores à gestão municipal. Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Tiago Correia (PSDB) condenou a postura do petista. Na avaliação do parlamentar, Lula transformou um ato cívico e histórico em “palanque político”.>
“O presidente vem a um momento cívico e o transforma em palanque político, fazendo ataques sem embasamento. Lula cobra o pagamento do piso aos professores, mas a verdade é que a prefeitura já paga o piso”, declarou Tiago Correia.>
Jerônimo, que antes havia participado da cerimônia de hasteamento das bandeiras em frente ao Memorial 2 de Julho, deixou o Largo da Lapinha sob vaias do público. No percurso, ele ouviu críticas, como “Jerônimo aqui não” e “PT de novo, não”. Há poucos dias, o governador da Bahia enfrentou também vaias durante os festejos juninos no interior. >
Em entrevista à imprensa, ele falou sobre o 2 de Julho virar uma data nacional. “Ano passado, ele (Lula) se comprometeu que buscaria transformar a data em nacional e nós estamos aguardando. A gente vai constituindo aqui o material para consolidar um processo no currículo escolar, de uma data oficial. Transformar em lei é muito importante”, declarou. >
Já Rui Costa, ao falar com jornalistas, minimizou as vaias recebidas pelo seu apadrinhado político. “Se só quiser ser aplaudido, é melhor escolher outra carreira”, ressaltou o ministro.>
Antes do desfile, Lula concedeu entrevista à TV Bahia, na qual ressaltou a relevância da celebração do 2 de Julho. Ele enviou para o Congresso Nacional um projeto que visa tornar a data Dia Nacional da Consolidação da Independência no país. No entanto, justificou a decisão de não propor que o dia se torne feriado nacional. “O Brasil já tem muito feriado”, argumentou.>
Além do 2 de Julho, o petista também falou da decisão de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação judicial após o Congresso Nacional derrubar o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”, afirmou. >