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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 27 de julho de 2024 às 05:00
Mesmo detendo poder, os políticos não estão imunes ao etarismo. Quando a idade torna-se o foco principal e as propostas de um candidato, por exemplo, são deixadas de lado pode estar ocorrendo discriminação etária, explica Mateus Vieira. Segundo ele, é preciso sempre ponderar um histórico dos políticos antes de julgá-los pela idade. >
“O indivíduo independente de idade, de gênero, precisa ter uma capacidade, uma competência para exercer a função. Então, acredito que um caminho não é colocar a idade como primeiro fator de análise. É colocar, na verdade, qual a competência que o indivíduo tem para exercer a função. Analisar os aspectos das decisões anteriores, do histórico político anterior, avaliar as decisões de necessidades urgentes que foram tomadas ao longo do governo”, ressaltou.>
Na avaliação do especialista, houve etarismo, em parte, com o caso de Biden. Ele lembrou que o presidente norte-americano foi tratado de forma “muito jocosa” e desrespeitosa pela imprensa internacional. A revista britânica “The Economist”, além de pedir em um editorial que o presidente estadunidense retirasse a postulação, estampou em sua capa a foto de um andador com o selo da presidência dos EUA. >
Por outro lado, havia também uma preocupação com a senilidade do democrata, uma vez que, se reeleito, encerraria o mandato com 86 anos. Uma reportagem "Quantos anos é velho demais para ser presidente?", do jornalista do New York Times Peter Baker, mostrou um relatório do conselho especial sobre informações confidenciais de Biden o qual destaca que o presidente era um "homem idoso e bem-intencionado com memória fraca" e tinha "faculdades diminuídas na idade avançada". >
A matéria também relatou casos de presidentes dos EUA que omitiram problemas de saúde durante o mandato, como Woodrow Wilson. Após sofrer um derrame, Wilson mal estava em forma para governar, e sua esposa e os assessores atuaram para administrar o país por quase um ano e meio.>