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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 19:26
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alvo de crescente pressão para indicar uma mulher ao Supremo Tribunal Federal (STF), após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. A sucessão reacendeu um antigo debate sobre a baixa representatividade feminina e racial na mais alta instância do Judiciário brasileiro. >
Com 134 anos de história, o STF teve apenas três mulheres entre seus 170 ministros: Ellen Gracie, nomeada por Fernando Henrique Cardoso; Cármen Lúcia e Rosa Weber, ambas indicadas em governos do PT — a primeira por Lula, a segunda por Dilma Rousseff. Todas são mulheres brancas. No momento, apenas Cármen Lúcia permanece na ativa, sendo a única representante feminina no tribunal.>
A ausência de diversidade tem levado organizações da sociedade civil e representantes políticos a cobrarem uma mudança de postura do governo. As entidades Justa, Themis e Fórum Justiça divulgaram uma nota conjunta defendendo que a nova vaga seja ocupada por uma mulher. No documento, os grupos afirmam que a representatividade de gênero e raça no STF é essencial para democratizar a Justiça e aproximar o tribunal da realidade da população brasileira. A nota também apresenta uma lista de juristas mulheres com perfil técnico e trajetória reconhecida que poderiam ser consideradas para a vaga.>
Além das entidades, há mobilização nas redes sociais. A vereadora Keit Lima (PSOL-SP) lançou uma petição online pedindo que Lula indique uma mulher negra ao Supremo. A iniciativa busca transformar a escolha presidencial em tema de debate público, pressionando o Planalto a adotar uma decisão histórica.>
Mesmo diante das cobranças, os principais cotados até o momento são homens. O advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado como favorito, enquanto o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também são mencionados como opções viáveis.>
Lula já teve a oportunidade de nomear dez ministros para o STF ao longo de seus três mandatos, entre eles apenas uma mulher - a ministra Cármen Lúcia.>