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Bicicleta entra na rotina das baianas por lazer, esporte ou necessidade

Trocar os engarrafamentos pela bicicleta pode ser tão prático quanto saudável. A cada meia hora nos pedais se perde, em média, 150 calorias

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  • Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2012 às 19:06

 - Atualizado há 2 anos

Ronney [email protected] é caro: tem que pagar financiamento, manutenção, combustível e seguro. Para economizar dinheiro, Márcia Meneses, 38 anos, vendeu o dela há um ano e meio e reformou uma bicicleta antiga. Desde então, a designer trocou de meio de transporte. Vai para o trabalho, farmácia, padaria e qualquer lugar da cidade, longe ou perto, de bike.

Márcia faz 10 quilômetros em 20 minutos. Nos horários de pico, chega mais rápido aos compromissos do que os amigos que dirigem automóveis. “A bicicleta virou um prazer. Meu corpo hoje é mais resistente e tenho mais qualidade de vida, porque pedalo todos os dias. É o contrário de quando eu dirigia. Eu me transformava. Ficava agressiva, nervosa, e costumo ser muito tranquila. O trânsito é desgastante e chato”, explica.Ela começou a andar de bicicleta depois de conhecer a ciclista Ana Elisa Assunção, 35 anos. Ana trabalha como relações públicas na Cidade Baixa e pedala todo dia da Avenida Centenário, onde mora, para o Mont Serrat. Ela tem carro, mas acredita que o veículo, na maioria das vezes, é um transtorno - assim como o transporte público da cidade. Por isso, há dois anos vai sobre duas rodas a quase todos os lugares.Paula Passos é triatleta amadora e usa a bicicleta para treinar. Por esporte, lazer ou meio de transporte, Salvador já tem cerca de 20 mil ciclistas e pouca estrutura para eles, segundo pesquisa da Asbeb (Foto: Angeluci Figueiredo)As duas amigas fazem parte de 6% da população feminina de Salvador que anda de bicicleta, segundo dados de uma pesquisa feita em 2009 pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder). O número, garante Ana, tem aumentado.“Eu criei o grupo de ciclistas Meninas ao Vento porque soube dessa pesquisa e quis estimular outras pessoas. É exclusivo para mulheres. Atraímos, em média, 25 participantes para cada pedalada. Já temos 400 no Facebook e vem crescendo”, diz Ana.Os grupos de bicicleta como o de Ana são formados por ciclistas que se ajudam em Salvador, por lazer ou necessidade (veja o box no fim da matéria). Neles é possível trocar informações sobre compras de aparelhos, fazer amigos, marcar passeios e viagens.

Estrutura  Usar a bicicleta como veículo cotidiano é uma vontade de Paula Passos, 31 anos. “Mas tenho medo. Sou fechada por ônibus, carros, já sofri tentativa de assalto. Pedalo até quatro horas por dia, quatro vezes por semana. Vou a lugares próximos de bike, e uso, às vezes, como  transporte, mas o mais comum é usar para treinar um esporte”, explica a produtora de moda. A segurança, diz Maurício Cruz, coordenador da Associação dos Bicicleteiros do Estado da Bahia (Asbeb), é um problema que se soma à falta de estrutura e de educação. “Salvador não tem ciclovias, ciclofaixas, bicicletários ou campanhas de educação no trânsito. A cidade está muito atrasada em relação aos países de primeiro mundo”, critica.

Paula descobriu a bicicleta no triathlon. Ela é triatleta amadora e participa de um grupo de esportistas. Costuma treinar na orla, na Estrada do Coco e Linha Verde. “Na bicicleta, você interage com a cidade, faz parte dela. Eu alugo uma sempre que viajo, para conhecer o lugar melhor. É uma paixão e é uma pena ver que Salvador não dá estrutura para o ciclista”, conta.Segundo a assessoria da Conder, até 2014 será aplicado o projeto Cidade Bicicleta, que pretende aumentar para 217 quilômetros as ciclovias da cidade. Hoje existem apenas 35. O órgão aponta ainda que, segundo pesquisa,  71% dos baianos gostariam de usar a bicicleta para deslocamentos, se houvesse integração com o transporte coletivo.Grupos Um dos grupos de amantes de bicicleta mais conhecido é o Amigos de Bike, criado por Lúcia Saraiva, 52 anos. A analista técnica pedala há 14 anos e abriu o grupo há sete. Os eventos que promove, mesmo no Inverno, têm reunido mais de 100 pessoas. A comunidade tem 700 membros cadastrados. “Nosso grupo faz passeio, compartilhando a pista com os carros, e também cicloturismo (viagens de bicicleta). As pessoas ajudam quem nunca pedalou sobre o equipamento de segurança adequado, a forma de escolher a bicicleta”, afirma. Lúcia pedala quatro vezes por semana, mas apenas por lazer. Ela garante que “pedalaria mais, não fosse a péssima estrutura da cidade para o ciclista e a falta da educação no trânsito”.