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Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2012 às 08:28
Da Redação Atualizado às 9h33>
O julgamento dos ex-vigilantes Josemar dos Santos e Jair Barbosa da Conceição, acusados de matar o servidor Neylton Souto da Silveira em janeiro de 2007, terminou na madrugada deste sábado (18) com o anúncio da setença. Os vigilantes foram condenados a 14 anos de prisão pelo assassinato do servidor da Secretaria Municipal de Saúde.>
Os dois acusados, que irão recorrer da decisão, devem continuar em liberdade até que a Justiça decida se mantém a sentença. O Ministério Público pretende pedir a reabertura do inquérito para investigar quem mandou matar Neylton. "Nós esperamos, diante do que nós já temos, que os autores intelectuais desse crime venham também a julgamento", disse o promotor Davi Gallo.>
Durante os dois dias de julsgamento, testemunhas e os dois réus foram ouvidos. A delegada que investigou o caso, Dilma Nunes, foi a primeira das 13 testemunhas a ser ouvida e negou que tenha acontecido tortura. "Eu cheguei na delegacia, logo passei a interrogá-lo e ele tava tranquilo, passou tranquilamente as informações", garantiu Nunes. >
O promotor do caso, Davi Gallo, apresentou também um vídeo em que Josemar supostamente confessa o crime, ao ser ouvido pelo delegado Ricardo Gomes Barbosa, que esteve entre as testemunhas de acusação ouvidas no primeiro dia. >
Os advogados de defesa alegaram que o depoimento não podia ser considerado válido por ter sido feito sem a presença do MP. Neylton era subcoordenador da contabilidade da SMS.>
Jair e Josemar foram denunciados pelo Ministério Público estadual (Foto: Arquivo CORREIO)O julgamento foi presidido pelo juiz Cássio Miranda, e atuaram na acusação os promotores de Justiça Davi Gallo Barouh, Antônio Luciano Assis e Cássio Marcelo de Melo. Crime e mandantesNeylton foi encontrado morto dentro das dependências da SMS, no Comércio, com marcas de estrangulamento e espancamento. Ele era subcoordenador de contabilidade e trabalhava no setor de pagamentos das empresas que prestavam serviços à prefeitura. >
Investigações encontraram irregularidades em vários contratos, com desvios de dinheiro público que chegaram a R$ 80 milhões. O MP chegou a acusar a ex-subsecretária municipal de saúde Aglaé Souza e a consultora técnica Tânia Pedroso como mandantes do crime, mas as duas foram excluídas do processo pela Justiça. >
Apesar do Ministério Público apontar a hipótese de que Neylton foi morto porque sabia de possíveis improbidades administrativas dentro do secretaria, o que caracterizaria uma "queima de arquivo", a ex-subsecretária e da ex-consultora financeira, foram retiradas do processo também por falta de provas. >
"Estamos coletando novos fatos, novos dados que podem permitir que elas sejam reincluídas. Há uma documentação que será apresentada. Do ponto de vista prático e técnico, afirmaria que há 70% de chance", ressalta Gallo.>