Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 10 de julho de 2025 às 12:51
O Largo do Campo Grande, em Salvador, recebe neste sábado (12), a partir das 8h, a terceira edição do Festival de Fanfarras e Balizadores do 2 de Julho. Pela primeira vez, o evento será realizado fora do tradicional cortejo cívico, ganhando um palco exclusivo como parte das comemorações pela Independência do Brasil na Bahia. A iniciativa é da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e integra a programação dos festejos do 2 de Julho, que começou em 28 de junho e termina neste domingo (13). >
Participam do festival 18 fanfarras formadas por estudantes de escolas públicas municipais e estaduais. Cada grupo terá até 12 minutos para se apresentar no palco montado no Campo Grande, onde serão avaliados por um júri especializado em música, performance e cultura popular.>
De acordo com Talis Castro, coordenador do festival, a mudança no formato tem o objetivo de dar mais visibilidade ao trabalho dos jovens músicos. “A ideia é criar um momento só para eles, com destaque e valorização. Isso é resultado de um diálogo com quem faz essa arte o ano todo. Esperamos consolidar esse novo modelo para as próximas edições”, afirma.>
A programação contempla apresentações com e sem evolução coreográfica, além de destacar o trabalho dos balizadores. As fanfarras serão julgadas em três categorias: Melhor Fanfarra/Banda com Evolução, Melhor Fanfarra/Banda sem Evolução e Melhor Balizador. Os três primeiros colocados em cada categoria receberão troféus e certificados.>
A competição também reforça o papel social e educativo das fanfarras. Campeã da edição de 2023, a fanfarra do Colégio Estadual Reitor Miguel Calmon, de Simões Filho, representa mais do que talento musical, segundo seu coordenador, Elsimar Santana. “É um trabalho que envolve cultura, educação e inclusão. Manter esse grupo é uma forma de abrir caminhos para os estudantes e preservar uma tradição que transforma vidas”, diz.>
Festival de Fanfarras
O museólogo e pesquisador Vinícius Zacarias, que já atuou como jurado do evento, destaca a originalidade das fanfarras baianas. “A tradição vem de referências militares e olímpicas, mas aqui ela é reinventada com criatividade, ousadia e crítica social. O festival é uma grande vitrine dessa identidade”, afirma.>
O regulamento do festival também prevê critérios de conduta: fanfarras com integrantes que apresentarem gestos, trajes ou símbolos ofensivos, ou que façam alusão a discursos de ódio, serão desclassificadas. O mesmo vale para grupos que ultrapassarem o tempo-limite de apresentação.>
Além do Festival de Fanfarras, a Fundação Gregório de Mattos vai anunciar neste sábado os vencedores do Concurso de Decoração de Fachadas do 2 de Julho. O concurso premiará imóveis situados entre o Largo da Lapinha e o Terreiro de Jesus, que foram decorados especialmente para o cortejo cívico.>
Os três primeiros colocados receberão prêmios em dinheiro doados pelo artista plástico baiano Ray Vianna. O primeiro lugar receberá R$ 1.500, o segundo R$ 1.000 e o terceiro R$ 500. A melhor fachada ganhará ainda uma placa comemorativa a ser instalada no imóvel.>