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Maysa Polcri
Publicado em 16 de junho de 2025 às 14:55
O empresário Marcelo Batista Silva participou pela primeira vez da audiência de instrução e julgamento sobre a execução de dois funcionários do seu ferro-velho nesta segunda-feira (16). A audiência foi realizada no Fórum Criminal, em Sussuarana, e durou cerca de quatro horas.
Marcelo Batista não prestou depoimento, mas acompanhou o que foi dito por três testemunhas. Segundo o advogado Sandro Reis, que representa as famílias das vítimas, o empresário será o último a ser ouvido, após o depoimento de todas as testemunhas de defesa e acusação.
Nesta segunda-feira (16), foram ouvidos dois familiares de Paulo Daniel Pereira e o primo de Matusalém Silva Muniz. As vítimas eram funcionárias de Marcelo Batista e desapareceram em novembro do ano passado, em Pirajá. O empresário Marcelo Batista Silva é acusado de ser o mandante e de ter participado da execução de Paulo e Matusalém.
Funcionários desapareceram e empresário é acusado por morte dos dois
Marcelo Batista Silva se apresentou à polícia no dia 9 de junho, após passar sete meses foragido. A defesa do acusado entrou com um pedido de liberdade provisória, que foi aceito pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira. A decisão impôs a Marcelo medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, compromisso de comparecer mensalmente em juízo, manter endereço atualizado e participar da sessão de julgamento do Júri, se houver.
Familiares dos dois jovens contaram ao CORREIO que Paulo e Matusalém trabalhavam no ferro-velho há três semanas quando desapareceram. O trabalho não tinha vínculo formal e os dois nunca tinham comentado sobre situações de violência envolvendo o dono da empresa. A única reclamação era sobre as condições de trabalho.
Quatro dias depois do desaparecimento dos funcionários, a polícia entrou no ferro-velho para procurá-los após cães farejadores indicarem que Paulo Daniel esteve no local antes de desaparecer. Três dias depois das buscas, a Polícia Civil pediu a prisão de Marcelo e a fuga do empresário foi iniciada. Em janeiro, dois policiais militares foram presos acusados de envolvimento no desaparecimento e morte dos funcionários.