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Publicado em 30 de outubro de 2016 às 08:12
- Atualizado há 2 anos
Hoje, o laboratório de Entomologia Forense do DPT da Bahia possui mais de dez mil exemplares de insetos colonizadores de cadáveres. Quase cem espécies já foram catalogadas pelos profissionais baianos. Mas se alguns exemplares ficam no próprio laboratório, a maioria é destinada ao Museu de Zoologia da Ufba, que funciona dentro do Museu de História Natural da universidade e que mantém uma parceria com o laboratório desde 2008 através da curadoria da professora, bióloga, doutora em Entomologia e pós-doutora pela USP e University of Kansas (EUA), Favízia Freitas de Oliveira. É lá que os insetos são limpos e guardados. “A gente tem feito os insetos que têm importância forense, que são os diptera (moscas) e os coleoptera (besouros). E temos buscado outros artrópodes, como os ácaros, cupins, formigas, vespas, abelhas”, disse.O museu, que funciona de segunda a sexta-feira no Instituto de Biologia da Ufba, vem criando um banco de dados e de imagens e buscando recursos para disponibilizar o material na internet. Hoje, o acervo está disponível para a comunidade científica nacional e internacional para consulta presencial. É um dos maiores acervos do Nordeste. O último levantamento do banco de dados foi feito em 1908, pelo médico baiano Oscar Freire. Diariamente, peritos e estagiários acompanham o comportamento dos insetos em situações de morte simulada. Além disso, a equipe do laboratório do DPT faz um trabalho de pesquisa com os animais em parceria com o Exército. A ação ocorre numa área de Mata Atlântica, no Imbuí. Ocasionalmente, os entomologistas baianos também trocam informações com profissionais de outros estados. É comum que insetos adultos sejam encaminhados para identificação, mas é difícil enviar espécies recém-coletadas. “Por enquanto, a gente só recebe demanda aqui da Bahia. Seria inviável fazer análises de fora, porque os insetos não podem passar por variações de temperatura”, disse o perito criminal do DPT Torriceli Souza Thé. >