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Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2019 às 11:24
- Atualizado há 2 anos
Um estudante de 17 anos foi morto a tiros depois de uma abordagem da Polícia Militar, em Itapuã, na noite da última quinta-feira (11). Segundo a família, o adolescente Bruno Damasceno Brito foi morto pela polícia com um tiro na cabeça. Ele tinha um quadro de deficiência neurológica e epilepsia, ainda de acordo com informações da família. >
Parentes e amigos contam que o caso aconteceu quando Bruno estava com o irmão, um jovem de 20 anos, pescando na Lagoa do Abaeté. Os dois tinham passado a tarde no local – estavam na lagoa desde as 13h – acompanhados de um primo e um amigo. >
Por volta das 16h, os quatro saíram do local onde estavam para continuar a pescar em outro ponto da lagoa. Nesse momento, o irmão mais velho percebeu que perdeu a sandália no caminho. Os jovens, em seguida, voltaram ao primeiro lugar para procurar o calçado. Foi nesse momento que houve uma abordagem policial. >
De acordo com o irmão de Bruno, os PMs já chegaram atirando. Tanto o amigo que estava com o grupo quanto elese assustaram e saíram correndo: o amigo saiu em direção aos dois. Bruno, por sua vez, correu em direção a um matagal. >
Os três foram colocados de joelhos e revistados pela polícia, que não encontrou nada. O irmão chegou a avisar aos PMs que Bruno, que não estava com o grupo, tinha deficiência neurológica e epilepsia. Instantes depois, ouviram mais um tiro, sem saber o que tinha acontecido. >
Foi quando os policiais ordenaram que os três entrassem na lagoa e seguissem até quando o nível da água estivesse nos joelhos. Segundo o jovem, os PMs mandaram, ainda, que colocassem as mãos na cabeça e não olhassem para trás. Com medo, o irmão de Bruno e os outros dois jovens só olharam para trás depois de uma hora. Os policiais já tinham ido embora. >
O jovem saiu em busca de Bruno, mas não o encontrou na lagoa. Chamou o pai e a mãe e, desesperados, deram início a uma peregrinação nos hospitais públicos. Ao chegar no Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de Freitas, a família encontrou Bruno, já sem vida. O corpo do adolescente tinha sinais de espancamento e marcas de tiro. >
Através da assessoria, a PM informou que a Corregedoria da corporação instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias da situação. Em nota, a PM afirmou que uma equipe da 15ª Companhia Independente de Polícia Militar (Itapuã) estava fazendo rondas na área quando teria se deparado com “três indivíduos em atividade suspeita”. >
Os três teriam tentado fugir e, segundo a polícia, um deles atirou contra os policiais. “O indivíduo foi atingido e prontamente socorrido para o Hospital Menandro de Faria, onde foi confirmado o óbito”, completa a instituição, em nota. Com Bruno, a polícia diz ter encontrado um revólver. >