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Larissa Almeida
Publicado em 15 de julho de 2025 às 05:00
Febre nos anos 2000, a TV por assinatura está passando por um processo de derrocada. Antes presente na casa de milhares de soteropolitanos, o serviço hoje existe em menos de 100 mil lares na capital baiana e os números continuam caindo. Entre 2019 e 2024, o acesso aos canais pagos diminuiu 41,8% em Salvador, segundo informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). >
O número de adesão à TV por assinatura saiu de 155.971 em 2019 para 90.742 em 2024. A queda coincide com o período de alta disseminação do consumo de streamings, que nos últimos anos passou a ser um dos serviços de entretenimento mais populares entre os baianos. >
Em 2022, 1,5 milhão dos 4,9 milhões de domicílios baianos com televisão possuíam algum serviço pago de streaming de vídeo, o que representa 30,1% das residências. Os dados são do módulo sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não há recorte específico para Salvador. >
Outra pesquisa do IBGE, com intuito de verificar a finalidade do uso da internet, mostrou que 2,983 milhões de pessoas acessaram a internet para ver filmes e séries na Região Metropolitana de Salvador, no quarto semestre de 2023, ano do dado mais recente sobre o assunto. >
O consultor financeiro Raphael Carneiro analisa que o surgimento dos streamings trouxe à tona opções diversas de entretenimento que, inicialmente, eram baixo custo. A Netflix, quando se popularizou, custava R$ 16,90 em um plano único de acesso ilimitado. Logo em seguida, com o aparecimento de outros serviços similares, a TV paga começou a se tornar menos atrativa. >
“O custo da TV por assinatura ficou acima do esperado para o que ela entregava e ainda entrega. Além disso, o modelo do serviço ficou mais engessado [perante os olhos do público], porque a pessoa comprava pacotes específicos e dificilmente via todos os canais, e lá havia produções mais antigas. Novas produções estão surgindo muito mais nos streamings do que nos canais de TV por assinatura”, aponta. >
8 streamings em alta no Brasil
Além disso, a produção de alguns canais inclusos na TV por assinatura passou a produzir e circular conteúdos de maneira exclusiva nos streamings. Esse é o caso, por exemplo, de produções da HBO, que saem primeiro na HBO Max, o streaming da marca. >
Esses fatores, quando ponderados, fez com que a família do estudante João Sousa, 24 anos, optasse pelos streamings em vez da TV paga. “Nunca fizemos investimento na TV por assinatura, primeiro, por uma questão de dinheiro. Depois que a condição financeira melhorou, a internet era mais acessível, assim como streamings se tornaram quando ascenderam, além de uma forma prática de consumir conteúdo”, pontua. >
Como forma de não ficar para trás, alguns planos de TV por assinatura estão investindo na oferta de serviço de TV paga com adição de streamings. No Brasil, esse é o caso da Claro Tv+, que já inclui Netflix, Globoplay, Max e Apple TV+ nos pacotes. >