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Alexandre Lyrio
Publicado em 24 de junho de 2014 às 10:00
- Atualizado há 3 anos
O clima é de licor, quadrilha e fogueira. Mas, com a Seleção canarinho em campo, a Fan Fest subverteu a lógica e fez o sanfoneiro cochilar. Melhor sambar para cima de Camarões. Por isso, os mais de 15 mil torcedores que marcaram presença no Farol da Barra, ontem, rebolaram com gosto no dia em que o Brasil goleou e garantiu vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo.>
Queira o São João ou não, o samba é mais conhecido pelo mundo que o forró. E pela quantidade de estrangeiros na Barra, ao menos os gringos ficaram satisfeitos. Com a banda Batifun vadiando de trio elétrico no meio do São João, o samba junino fez muitos deles contarem “700 galinhas” depois de ir várias vezes “no céu e no chão”.Inglês Luke Horswell foi a caráter para um forró, apesar de não conhecer o ritmo (Foto: BettoJr.)>
Neymar ainda aquecia em campo quando o inglês Luke Horswell, 26 anos, tentava mexer os quadris como nós aqui sabemos. Curiosamente, estava vestido a caráter para noite. Metido em uma blusa quadriculada, o rapaz jamais havia ouvido falar em forró. Mas samba, ao menos conhecia de nome. >
“A Inglaterra já está fora da Copa, mas eu vim aqui conhecer o Carnaval e o samba. Isso é espetacular!”, vibrava. Seus conterrâneos, José Cool e Vicky Ndukwe também tentavam ‘quebrar’. “O samba de verdade nasceu na Bahia, não é verdade? É muito especial estar aqui”, disse Vicky.>
Gostinho A Batifun ainda tentou dar um gostinho de arrasta-pé à festa com dois xotes danados. Camisas de Ronaldinhos, Rivaldos, Kakás e Robinhos sacudiam como numa sala de reboco. Aí teve gente pedindo mais. Principalmente os baianos, que sentiram falta de dançar agarradinho, de arrochar um forró gostoso.>
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“Rapaz, se tivesse rolando mais forró aí, eu tinha chegado fácil numa gringa dessas. O forró é mais intimista. O samba é muito solto”, disse o músico Paulo Tiano, 25 anos. Foi só falar, o forró evaporou como licor de jenipapo. Tome-lhe samba! O São João sambado, que também teve o samba reggae do Cortejo Afro e do Apaxes do Tororó, só parou mesmo para o jogo.>
Durante o primeiro tempo, tinha gente doida para ver gol do Brasil e comemorar não com samba, mas com Gonzagão. “Vou pro Pelô porque lá vai ter forró, pai”, avisava o técnico de refrigeração Artur Gabriel. Após a goleada, tinha até estrangeiro convencido disso, como o queniano Pritesh Modi, que experimentou do forró em Recife. “Gostei muito e por isso agora vou para o Pelourinho”, avisou. >