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Gari encontra cheque de R$ 35 mil na rua e devolve para o banco

Em troca, recebeu R$ 50, um valor 700 vezes menor ao encontrado por ela

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de março de 2010 às 09:20

 - Atualizado há 2 anos

Desde que se tornou evangélica, há dez anos, Vânia Maria Corrêia dos Santos, 28, varreu a desonestidade de sua vida. Por isso, a gari não pensou duas vezes quando, na última segunda-feira, encontrou no meio da rua um cheque no valor de R$ 35 mil, nada menos que 70 vezes o valor do seu salário. No dia seguinte, foi ao banco e depositou a quantia na conta do destinatário.

Vânia estranhou o envelope branco, limpinho, sobre o chão cheio de barro. Bem na frente da loja Tok Stok, na AvenidaTancredo Neves, abriu o invólucro e levou um susto. “Meu Deus, quanto dinheiro”, pensou. Lembra-se até mesmo do que vinha após a vírgula. “Trinta e cinco mil, cento e cinquenta reais e quarenta e nove centavos”.

No verso, um nome e telefone. Antes de devolver o que não era seu, Vânia ouviu todo o tipo de conselho. “Teve gente que disse pra eu depositar na minha conta, outros mandaram eu sacar, mas que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a alma para o inferno. Chega de fazer besteira nessa vida”. O número da conta e o nome da empresa que receberia o crédito estavam dentro do mesmo envelope. Vânia foi ao banco Santander mais próximo e fez o depósito na hora.

Somente depois, ligou para o número atrás do cheque. Disse a um homem, que se apresentou como gerente de uma empresa, que ele poderia ir buscar o comprovante. Um office-boy foi até seu encontro, pegou o documento e a entregou outro envelope: “Para Vânia. Obrigado”. Dentro, R$ 50. Um valor 700 vezes menor do que o do cheque. Perderam o contato. Não tem mais o telefone e sequer se lembra do nome do gerente e da empresa. A gari é responsável pela varrição da rua Edistio Pondé, no Costa Azul, além de um bom trecho da Avenida Tancredo Neves. “É muito chão pra varrer”.

Seu ato é ainda mais nobre pela vida simples que leva, em Nova Sussuarana, às margens da Avenida Gal Costa. Casa de dois cômodos, no reboco, onde mora com duas filhas e o marido. Mas, em vez de R$ 35 mil no bolso, Vânia preferiu continuar com as ruas e a consciência limpas.

(Notícia publicada na edição do dia 20/03/2010)