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Homem morto na Barra era do interior e tinha vida pacata, segundo vizinho: ‘Cara tranquilo’

Dono de depósito de bebidas, Jorge Anderson Lima Santos Mazi foi baleado enquanto voltava para casa

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  • Da Redação

Publicado em 24 de março de 2023 às 13:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Jorge Anderson Lima Santos Mezi, de 41 anos, morto na Barra durante a noite de quinta-feira (23), trabalhava na praia do Porto há cerca de 10 anos. Foi o que revelou à reportagem um morador da Rua Raul Drummond, onde a vítima foi baleada. “Todo dia, umas 7h, ele passava aqui“, falou o conhecido, de meia-idade, que preferiu não se identificar. 

Jorge Anderson era o dono de um depósito de bebidas na Ladeira da Barra, o Jorge Bebidas & Cia, que, segundo o mesmo morador, tinha sido aberto cinco atrás, quando a vítima decidiu se mudar para um apartamento na Rua Tenente Pires Ferreira, transversal à Raul Drummond. “Pra mim, ele era um cara tranquilo. Não tinha problema aqui, não. Se tinha fora eu não sei”, contou o homem, que tinha chegado a ouvir os tiros, por volta das 19h. 

“Eu tava sentado e aí ouvi uma zoada. Pensei: ‘O que foi isso aí, rapaz?! Na Barra?!’”, espantou-se o morador, que recebeu a notícia por meio de sua irmã. “Tá puxado, né?! Num lugar desse aqui, acontecendo essas coisas...”, continuou ele, que acredita que ‘todo lugar esteja assim agora’. 

Até as 9h desta quinta-feira (24), o depósito estava fechado. No Porto da Barra, os três trabalhadores abordados imediatamente negaram conhecer Jorge Anderson. Enquanto isso, as marcas de sangue na Raul Drummond permaneciam intactas sobre o asfalto, e uma viatura da Polícia Militar (PM) fazia rondas pela região. 

Conforme a PM, um homem dentro de um veículo presenciou o momento em que Jorge Anderson foi baleado. Dois homens que estavam em uma moto teriam sido os autores dos disparos. Acionados por testemunhas, policiais da 11ª Companhia Independente (CIPM) que estavam no Largo da Vitória foram até o local. Lá, encontraram a vítima já morta. 

Procurada, a Polícia Civil informou que o Serviço de Investigação de Local de Crime (Silc) expediu as guias para perícia e remoção e realizou as primeiras diligências, para a apuração da autoria e da motivação do delito. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). 

Pouco contato  De acordo com a assessoria do Instituto Médico Legal (IML), o corpo de Jorge Anderson está ‘em procedimento’. No local, uma irmã do comerciante afirmou à reportagem que ele era de Alagoinhas, no nordeste do estado, onde ainda mora sua família. 

A mulher, que não quis entrar em detalhes, relatou que tinha pouco contato com Jorge Anderson e disse não saber se ele deixa algum filho. Ainda conforme a família, o homem tinha uma namorada, que mora em Salvador. 

Ao que parece, a vítima não cultivava relacionamentos profundos com as pessoas nas proximidades da rua onde vivia. “Ele passava aqui, dava bom-dia, mas não conversava muito, não”, contou outro lojista. 

Ruas desertas Segundo moradores e trabalhadores, tanto as ruas Raul Drummond e Tenente Pires Ferreira como a Presidente Kennedy, na mesma região, são pouco movimentadas, principalmente à noite. “Essa rua é muito perigosa de passar a partir da noite”, comentou, em anonimato, uma residente da Barra enquanto apontava para a rua que fora cena do crime. 

Ainda assim, ela nunca tinha visto nada parecido naquela área, uma das mais nobres da cidade, onde, inclusive, está instalado o Yacht Clube da Bahia. Porém bem perto dali, no Porto da Barra, a violência já despertava preocupação: em setembro, uma mulher grávida e um homem foram baleados na praia, e, em janeiro, um investigado pela polícia foi alvo de tiros. Além disso, durante o sábado (18), um corpo foi encontrado no mar. 

Diante do cenário, a solução tem sido restringir as saídas de casa. “Eu passo aqui [pela Ladeira da Barra] todos os dias e pego ônibus, pra ir pra universidade, então, dá medo”, relatou uma estudante. “Eu tento não sair de noite a pé ou sozinha.” 

De acordo com outro morador, após as 20h, a circulação de pessoas nas ruas transversais à ladeira fica somente por conta de alguns bares. “Fora isso, o movimento é pouco. Eu só saio daqui pro trabalho e volto pra minha casa”, falou ele.