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Giulia Marquezini
Publicado em 20 de maio de 2015 às 10:37
- Atualizado há 2 anos
Funcionário da Sucom, com marreta, derruba parede de imóvel condenado; duas casas atingidas por desmoronamento foram derrubadas (Foto: Mauro Akin Nassor)Destruindo as sobras de concreto com marretas, quatro funcionários da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) trabalharam, ontem, na demolição do que sobrou das duas casas atingidas pelo desmoronamento de um casarão na Ladeira da Preguiça, Centro Histórico de Salvador.No acidente, o marinheiro Ueslei dos Santos Barbosa, 33 anos, perdeu o irmão. Ele observou a demolição da casa onde morou por três anos com Olberdan dos Santos Barbosa, 32. Além da casa deles, a de um outro irmão foi derrubada. Ainda serão postos no chão os restos de dois casarões — cujas fachadas laterais desmoronaram após as chuvas. São os prédios de número 7 e 9. A demolição é feita manualmente e depende das condições do tempo para ser concluída.Segundo a Defesa Civil de Savador, o próprio Olberdan havia assinado, em 2014, a notificação que informava sobre o risco de desabamento do imóvel onde morava. As casas estavam condenadas desde 2014.Área interditada na Ladeira da Preguiça, onde ocorreu desabamentoOs imóveis foram declarados de utilidade pública para fins de desapropriação de acordo com Decreto Municipal 24.435, de 7 de novembro de 2013. O objetivo é a implantação do Projeto de Requalificação do Entorno da Ladeira da Preguiça e Adjacências.Ainda ontem, outro imóvel histórico também começou a ser demolido. O prédio de seis andares fica na Rua do Taboão, no Centro Histórico, e havia cedido parte da estrutura no sábado. Segundo a prefeitura, desde abril até anteontem, 17 imóveis em risco ou atingidos por deslizamentos foram demolidos em Salvador. Nos escombros, Ueslei conseguiu recuperar roupas, calçados e até um notebook. A família agora está morando no Centro Cultural do bairro, que também fica na Ladeira da Preguiça, do outro lado da rua. Na rua, 13 famílias foram cadastradas: nove para aluguel social (R$ 300, por até um ano), como a de Ueslei, e quatro para receber o auxílio-emergência (até três salários mínimos). De acordo com a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), já foram cadastradas, 2.521 famílias vítimas das chuvas. Até ontem, 1.313 auxílios-moradia e 523 auxílios-emergência haviam sido pagos. Nos quatro abrigos municipais, estão 164 pessoas.>